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Numa Cidade Muito Longe Daqui - Polícia E Bandido

Arlindo Cruz

Um dia, o bicho pegou e o couro comeu
Polícia e bandido se encontraram e bateram de frente
E aí, rapaziada, foi chapa quente

Bateu de frente
Um bandido e um subtenente lá do batalhão
Foi tiro de lá e de cá
Balas perdidas no ar
Até que silêncio gritou
Dois corpos no chão, que azar
Feridos na mesma ambulância
E uma dor de matar
Mesmo mantendo a distância
Não deu para calar

Polícia e bandido trocaram farpas
Farpas que mais pareciam balas
E o bandido falou assim:
Você levou tanto dinheiro meu
E agora vem querendo me prender
E eu te avisei, você não se escondeu
E deu no que deu e a gente está aqui
Pedindo a Deus pro corpo resistir
Será que ele ta a fim de ouvir?
Você tem tanta bazuca
Pistola, fuzil e granada
Me diz pra que tu
Tem tanta munição?

É que alem de vocês
Nois ainda enfrenta
Um outro comando, outra facção
Que só tem alemão sanguinário
Um bando de otário
Marrento, querendo voar
Por isso que eu tô bolado assim
Eu também tô bolado sim
É que o judiciário ta todo comprado
E o legislativo ta financiado
E o pobre operário
Joga seu voto no lixo
Não sei se por raiva
Ou só por capricho
Coloca a culpa de tudo
Nos homens do camburão
Eles colocam a culpa de tudo
Na população

E se eu morrer vem outro em meu lugar
E se eu morrer vão me condecorar
E se eu morrer será que vão lembrar?
E se eu morrer será que vão chorar?
E se eu morrer? E se eu morrer?

Chega de ser subjugado
Subtraído, subnutrido
Um subbandido num sublugar
Um subtenente de um subpaís
Subinfeliz, Subinfeliz

Mas essa história volto a repetir
Aconteceu numa cidade muito longe daqui
Que tem favelas que parecem as favelas daqui
Que tem problemas que parecem os problemas daqui

Composição: Acyr Marques da Cruz, Jose Franco Lattari, Arlindo Cruz





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