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A Voz do Dever

Benedito Lacerda

Tranqüiliza-te, mãezinha,
Sei que vais ficar sozinha,
Porém não chores assim,
Soaram os clarins da guerra,
Vou defender minha terra,
Ela precisa de mim.

Orgulhoso nesta farda,
Seu filho não se acovarda,
Deste tremendo clamor,
Já, que partir é preciso,
Transforma num doce sorriso,
Esse seu pranto de dor.

Eu parto com a incerteza,
Deixando-te esta tristeza,
Que te vem roubar a calma,
Sei que esta separação,
Revolve o seu coração,
Despedaçando-te a alma.

Leio em teus olhos, mãezinha,
Que o seu olhar advinha,
O que dizem os olhos meus,
Esta mágoa não te solta,
Mas aguarda a minha volta,
Muita coragem, adeus.

(recitado por Ismênia dos Santos)
E no canto da luta vai-se embora, em holocausto a pátria que ele adora, o filho que o dever cumpre repito.
Renasce entre o canhão e entre a metralha, o sarcasmo da morte mais gargalha no negro céu da boca do infinito.
E o exército humano, exausto, exangue, vai lavando suas glórias, o teu sangue, do mundo, essa pantera que o destrói.
E o filho que partiu, se não voltar, espero em troca, hão de gritar uma palavra de consolo herói !

Leio em teus olhos, mãezinha,
Que o seu olhar advinha,
O que dizem os olhos meus,
Esta mágoa não te solta,
Mas aguarda a minha volta,
Muita coragem, adeus....






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