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Biografia de Luiz Carlos Borges

O cantor, compositor e acordeonista Luiz Carlos Borges iniciou sua carreira, aos sete anos de idade, no conjunto "Irmãos Borges", na região do Rio Grande do Sul, com quem gravou seus três primeiros discos.

Luiz Carlos do Nascimento Borges nasceu na Vila Seca, 4º distrito de Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, em 25 de março de 1953.

Filho de produtor rural de baixa renda, teve uma infância como qualquer outro guri de campanha, andando à cavalo com o pai Vergelino ou com os irmãos mais velhos, brincando com gadinho de osso ou comendo pitanga pelos matos.

Logo, aos cinco anos, sua família mudou-se para o município de São Luiz Gonzaga, na localidade de São Lourenço das Missões, onde começou a freqüentar o colégio primário e a dar seus primeiros passos para a música, ora declamando enormes poesias (que decorava ajudado pelas irmãs Izolete, Irenita e Maria) ora tocando numa gaitinha de botão a vaneira que o pai músico, lhe ensinou no dia em que resolveu deixar de tocar.

Seu Vergelino foi roceiro, carreteiro, açougueiro e finalmente briqueiro de campo e gado na região missioneira e com Dona Cristina (dona de casa), criaram sete filhos, 3 mulheres e 4 homens, sendo Luiz Carlos o mais novo deles e por isso e por seu tino musical detectado ainda em tenra idade, era o mimado de todos da família, dos amigos, dos parentes, dos vizinhos ou de que lhe visse subido num banco atendendo o pedido do pai: - Canta Luiz!

Nunca se encolheu. Era aparecer alguém por perto e ele se achegava no pai ou nos irmãos, como que esperando o comando para atuar.

Ao sete anos de idade, já na sede do município de São Luiz Gonzaga, entra para o conservatório Musical Missões, da professora Lúcia Bremm que, definitivamente, o prepara para encarar a profissão de músico.

Aos nove anos atua, profissionalmente pela primeira vez com os Irmãos Borges, em 1962, no dia 10 de outubro, CTG Rodeio das Missões de São Lourenço das Missões. Começa a partir dessa data, a caminhada que mantém Borges cada vez mais apegado à música.

Aos 13 anos, a fama do seu acordeon ou a sua voz, já ultrapassava as divisas missioneiras, animando bailes pelo Alto Uruguai, Serra, Planalto Médio, Campanha e fronteira.

Cantava em dueto com a mana Irenita e exibia solos de gaita com uma técnica, velocidade e estilo próprio, a ponto de causar admiração na dupla mais importante que o Rio grande já viu: "Os irmãos Honeide e Adelar Bertussi."

Seu Vergilino Borges que fora trovador e gaiteiro dos buenos, para garantir a iniciação de Luiz na música, despertava o filho de madrugada, já como rádio ligado nas rádios "correntinas" ou "paulistas". Falava muito pouco. Era homem que ouvia. Assim, o diálogo entre pai e filho era com os olhos, com os ouvidos atentos para o velho rádio SEMP, ou com gestos curtos e tranqüilos.

Seu Borges sabia de cor quase todas as letras que ouvia e ia repetindo, incansavelmente, para o guri. Raul Torres e Florêncio, Serrinha e Zé do Rancho, Silveira e Barrinha, Tião Carreiro e Pardinho entre tantos outros da boa música caipira daquela época, na casa dos Borges, não só eram ouvidos através do rádio como lidos nos pequenos livretos que continham fotos dos artistas e letras das músicas de maior sucesso.