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Biografia de Catulo da Paixão Cearense

Quem não conhece ou já não cantou "O Luar do Sertão" de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco? Mas quantos sabem que Catulo foi um poeta de rara inspiração e teve 15 livros publicados?

Catulo da Paixão Cearense (São Luís do Maranhão, 8 de outubro de 1863 — Rio de Janeiro, 10 de maio de 1946) foi um poeta, músico e compositor brasileiro.

Filho de Amâncio José Paixão Cearense (natural do Ceará) e Maria Celestina Braga (natural do Maranhão)

Mudou-se para o Rio em 1880, aos 17 anos, com a família. Trabalhou como relojoeiro. Conheceu vários chorões da época, como Anacleto de Medeiros e Viriato Figueira da Silva, quando se iniciou na música.

Integrado nos meios boêmicos da cidade, associou-se ao livreiro Pedro da Silva Quaresma, proprietário da Livraria do Povo, que passou a editar em folhetos de cordel o repertório de modinhas da época.

Catulo da Paixão Cearense passou a organizar coletâneas, entre elas O cantor fluminense e O cancioneiro popular, além de obras próprias. Vivia despreocupado, pois era boêmio, e morreu na pobreza.

Em algumas composições teve a colaboração de alguns parceiros: Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Francisco Braga e outros. Como interprete, o maior tenor do Brasil, Vicente Celestino .

Suas mais famosas composições são 'Luar do Sertão', de 1908, que na opinião de Pedro Lessa é o hino nacional do sertanejo brasileiro, e Flor amorosa (sem data). Também é o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma da "modinha".

Aos 19 anos, Catulo interrompeu os estudos e abraçou o violão, instrumento naquela época, repelido dos lares mais modestos.Iniciante tocador de flauta, a trocou pelo violão, pois assim, podia cantar suas modinhas.

Nesse tempo passou a escrever e cantar as modinhas como, "Talento e Formosura", "Canção do Africano" e "Invocação a uma estrela".

Moralizou o violão levando-o aos salões mais nobres da capital.

Em 1908, deu uma audição no Conservatório de Música.
Catulo foi autodidata autentico. Suas primeiras letras foram ensinadas por sua genitora e toda sua grande cultura foi adquirida em livros que comprava e por sua franquia à Biblioteca do Senador do Império, por ser professor dos filhos do Conselheiro Gaspar da Silveira.

"Aprendi musica, como aprendi a fazer versos, naturalmente", dizia o Velho Marruêro.

Seu pai faleceu em 1 de agosto de 1885, desgostoso por seu filho ter abandonado os estudos para ser poeta, sem tempo de assistir a moralização do violão, o que veio a marcar tremendamente Catulo.

À medida que envelhecia mais se aprimorava. Catulo homem, não se modificava, sempre fiel ao seu estilo.
"...Com gramática ou sem gramática, sou um grande Poeta..".

A sua casinhola em Engenho de Dentro, afundada no meio do mato era histórica. Alí recebia seus admiradores, escritores estrangeiros, acadêmicos nacionais, sempre com banquetes de feijoada e o champagne nunca substituía o paratí, por mais ilustre que fosse o visitante.

As paredes divisórias eram lençóis e sempre que previa
a presença de pessoas importantes, dizia para a mulata transformada em dona de casa. "Cabocla , lave as paredes amanhã, que Domingo vem gente!"

Sua primeira modinha famosa "Ao Luar" foi composta em 1880.

Catulo morreu aos 83 anos de idade, em 10 de maio de 1946,a rua Francisca Meyer nº 78, casa 2. Seu corpo foi embalsamado e exposto a visitação pública até 13 de maio, quando desceu a sepultura no cemitério São Francisco de Paula, no Largo do Catumbí, ao som de "Luar do Sertão".

Catulo deixou inúmeras obras, tais como;
Canções musicadas
- Luar do Sertão
- Choros ao Violão
- Trovas e Canções
- Cancioneiro Popular
- A Canção do Africano
- O Vagabundo
- Etc...

Livros de Poemas:
- Meu Sertão
- Sertão em Flor
- Poemas Bravios
- Mata Iluminada
- Poemas Escolhidos
- O Milagre de São João
- Etc....

Obras teatrais;
- O Marroeiro
- Flor da Santidade
- E o clássico "Um Boêmio no Céu".

Comentaram pró Catulo personalidades como: Julio Dantas, Ruy Barbosa, Machado de Assis, Clóvis Beviláqua, Francisco Braga, Humberto de Campos, Monteiro Lobato, Ignácio Raposo, Heitor Vila Lobos, Assis Chateaubriand, Bastos Tigre, Amoroso Lima, João Barros, Roquete Pinto, Pedro Lessa, Mário José de Andrade e outros