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Biografia de Dora Vergueiro

Dora Vergueiro é uma paulista de nascimento que encontrou no calor do Rio de Janeiro a cumplicidade perfeita para o jeito inquieto, a vontade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo agora.

Cresceu na barra do samba do pai, o compositor Carlinhos Vergueiro, com quem aprendeu muito cedo que a música se faz e acontece nas ruas das cidades, no entra e sai das casas dos amigos durante a madrugada.

Suas primeiras grandes influências vieram do samba, principalmente da convivência com verdadeiros personagens da música brasileira que achavam graça naquela menina curiosa e tímida, fascinada pelo som e muito afinada.

Nelson Cavaquinho, João Nogueira, Adorinan Barbosa, Toquinho, os companheiros do pai foram batizando a menina aos poucos.

Por João ela foi levada pela mão para descobrir o carnaval do Rio, o Clube do Samba, a Tradição. Aos 15 anos subiu no palco com um time de responsa, que definiu de vez os caminhos da cantora: Robertinho Silva, Raul de Souza, Ron Carter e o pianista e tio Guilherme Vergueiro embalaram a projeção dela na mídia paulistana.

Dali para o primeiro disco não demorou muito e em 1996 Dora gravava Leve, título da parceria dos amigos de pelada Carlinhos Vergueiro e Chico Buarque.

Da experiência como apresentadora do canal Sportv veio o segundo disco, Pé na Estrada, com um repertório mais voltado para o público do programa Zona de Impacto, que queria ouvir as músicas que Dora cantava nos luaus improvisados pelo Brasil. Ali ela experimentou o reggae, a surfe music, o forró e as composições próprias.

Agora ela volta às raízes fazendo samba, às vezes misturados às batidas de Marcelinho da Lua, como na faixa Daquele Jeito, às vezes pura e simplesmente tocados em casa, com o pai ou com o bandolinista Afonso Machado. A mais recente gravação, no entanto, reúne muito de tudo o que ela provou na música: o single Belly Full relembra o sucesso de Bob Marley, substituindo as I Trees pelas pastoras da Portela Áurea e Tia Surica, e incrementando o som com o rap do Tubarão, da banda Conexão Baixada.

Adrenalina Pura
Vivendo essa busca eterna contida em quase todo ser humano à procura de grandes emoções, descobri na adrenalina a melhor de todas as drogas.

Ela vem de um jeito diferente para cada um. Alguns encontram no mar, outros na terra, e outros ainda no ar.

Seja do alto de um drope, despencando em queda livre, ou pisando fundo em um acelerador, os amantes dessa misteriosa sensação sabem o que querem, vivem em alto risco e alta velocidade.

Chegam junto, podem voar, andar sobre as águas, saltar de pontes, escalar montanhas inacessíveis, correr as distâncias tornando invisíveis todos os obstáculos, cruzar os rios, os mares e as cachoeiras quase como num passe de mágica.

Depois da luta da geração dos anos 70, que veio de sola resgatar uma liberdade de expressão amarrada sem pena pelos ditadores que comandaram o circo durante anos no Brasil, os anos 80 pairaram no ar meio sem grande significado.

A geração coca-cola como cantou Renato Russo (que descrevia como ninguém os adolescentes problemáticos, filhos de pais separados) me soou perdida entre as grades dos condomínios e a trilha sonora dos video-games.

Escancarando todos os portões, grades ou janelas pela frente, os jovens radicais dos anos 90 vieram com mais sede e fome de vida, perseguindo de uma forma lúcida e saudável o corpo e a mente, abertos e espertos para mergulhar de cabeça!

Vieram de olhos atentos para todas as cores, atrás do sabor natural das frutas e cultuando o corpo com dedicação.

A coca-cola foi substituída pelo açaí, e em vez de permanecerem hipnotizados pela TV, voltaram para as ruas curtindo uma infância mais livre e solta, quebrando os limites e atravessando as fronteiras. Andar de bicicleta, de skate, descer uma onda de pé, deitado ou de joelhos, passou a ser muito mais do que era antes.

Eles mostraram que podem ser verdadeiros artistas sobre uma, duas ou quatro rodas, sobre pernas, braços, cabeça e coração! Desenvolveram novos esportes, inovaram as manobras antigas e criaram outras, surpreendendo na ousadia e na criatividade.

Abriram espaço para um mercado novo e extenso, e venderam ação, coragem e saúde em vez de overdose de tecnologia, sanduíches industrializados e químicos demais, ou tóxicos que desaceleram o ritmo, atrasam o relógio da vida e destroem os sonhos mais bonitos. Nada iludidos e em plena forma, eles respiram adrenalina pura e são energizados, eletrizados e vitaminados!

Essa galera kamicase por um motivo nobre, viciada em endorfina e pronta para voar cada vez mais alto, mostra a cara e marca presença no ano 2000, praticando esportes mais radicais do que nunca, e contando suas aventuras.