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Biografia de João Bosco e Vinicius

João Bosco e Vinicius são sucessos em todo brasil. Fizeram nascer o Sertanejo Universitário....

Ao lado de César Menotti & Fabiano, João Bosco & Vinicius trouxeram uma nova mistura ao sertanejo, acrescentando elementos do axé e música pop, criando aquilo que se convencionou como sertanejo universitário.

No caso deles, o rótulo se enquadra muito bem, já que a dupla fazia faculdade quando começou: João Bosco se formou em odontologia e Vinicius em fisioterapia.

De boteco em boteco os dois foram conquistando cada vez mais público, em sua maioria universitário, e com um CD gravado de forma caseira, em 2001, passaram a se apresentar em todo o estado do Mato Grosso do Sul.

Com o sucesso conquistado dentro do estado, chamaram atenção de uma grande gravadora e tornaram-se um dos principais nomes do novo sertanejo. Para falar um pouco mais sobre a trajetória da dupla e os novos planos, que incluem a gravação de um CD e DVD no fim do ano, o Abril.com conversou com João Bosco.

Abril.com: Ao lado de César Menotti & Fabiano, vocês são considerados os precursores do sertanejo universitário. Como que isso começou? De onde veio essa ajuda dos universitários?
João Bosco: Na realidade, eu e o Vinicius éramos universitários. Eu me formei em odontologia e o Vinicius em fisioterapia. Nós já quebramos os protocolos nesse aspecto aí. No começo a gente tocava em vários botecos de Mato Grosso do Sul. E quando ganhávamos as cortesias dos botecos, ao invés de dar pro pessoal da zootecnia, da agronomia, da veterinária, que são cursos mais ligados ao campo, e conseqüentemente mais ligados ao sertanejo, a gente pegava essas cortesias e entregava para o pessoal do odonto, da medicina, da fisioterapia, e o pessoal de outros cursos. Essas pessoas que gostavam da música sertaneja, mas não tinham coragem de assumir.

Tinham um pouco de preconceito?
Tinham um preconceito, achavam que música sertaneja era para um pessoal mais velho, caipira, essas coisas. E o que aconteceu: nós começamos a levar um público diferenciado, além do pessoal que já gostava das nossas musicas. E por causa da amizade e das cortesias que a gente dava, começamos a chamar atenção. Porque começaram a ir muitas mulheres bonitas, que fazem medicina, odonto, fisioterapia, e os homens começaram a ir por causa dessas mulheres bonitas. Em 2001, começo de 2002, a gente já se apresentava em Campo Grande. E num aniversário de um amigo nosso, um rapaz gravou uma apresentação nossa só em dois violões, sem a gente saber, em MD e passou isso pra CD. E como já tínhamos uns sete anos de dupla, e Mato Grosso do Sul inteiro já nos conhecia, queriam um CD nosso. E naquela época não tínhamos condições de gravar um CD.

E vocês aproveitaram essa gravação e lançaram como primeiro disco?
Na realidade essa gravação tomou proporções que nem a gente imaginava. Quando surgiu essa gravação pirata, em dois meses esse CD já era um dos mais vendidos nas ‘banquinhas’ do estado. E como nós sempre fomos contra a pirataria, nós pegamos o CD do jeito que estava, editamos as melhores músicas, pagamos os direitos autorais de todas as músicas, e lançamos o disco original.

Tem muita gente que se incomoda um pouco com esse rótulo de sertanejo universitário. Vocês não têm problema em dizer que são representantes dessa nova onda?
Nós já podemos nos dar ao luxo de dizer que hoje já pegamos um público maior, desde crianças até os mais velhos, só que não podemos deixar de dizer que nosso público fiel são os universitários. Universitário tem aquele estereótipo de gente que só gosta daquilo que está na moda, mas a gente não concorda com isso. Nós chamamos atenção por levar um público mais jovem aos shows.

Musicalmente qual seria a principal diferença do sertanejo universitário pro tradicional?
Na realidade, se você pegar o sertanejo, em geral ele é dividido em quatro fases. Começou com a música caipira, de Tonico e Tinoco, Zico e Zeca, que era uma música mais do campo, regionalista. Depois transformou-se no sertanejo, que teve como representantes Matogrosso & Mathias, Milionário & José Rico. Em seguida, se tornou o sertanejo moderno, que tem como principais representantes Zezé di Camargo & Luciano, Chitãozinho & Xororó, Leandro e Leonardo. E hoje é o sertanejo universitário, que somos nós, Jorge e Mateus, Cesár Menotti & Fabiano. Tudo é sertanejo, só que são várias vertentes dentro do mesmo estilo.

As músicas do sertanejo da atualidade são diferentes porque são músicas mais dançantes. A gente já gravou música de Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho, só que com uma nova roupagem, deixando uma música mais dançante, jovem. Nós temos uma coisa de misturar a música sertaneja com o axé, mas dentro das características do sertanejo, com violão, viola, acordeon.

Dessas novas duplas, de qual você mais gosta?
Na realidade o que está acontecendo no Brasil é que a música mais popular é o sertanejo. Como também teve a época em que o pagode estava em alta também. Em cada cidade tem uma dupla, tem muita gente boa. Isso é bom pro estilo porque a música sertaneja fica mais fortalecida.

Eu sou suspeito de falar de Cesar Menotti e Fabiano, porque além de serem grandes artistas, são grandes amigos. Tem Fernando e Sorocaba, que tanto eu quanto o Vinicius gostamos muito. Particularmente eu acho que o Sorocaba foi um cara que nos acompanhou na época em que íamos tocar em barzinho ainda. E ele acompanhava os nossos shows, mostrava algumas músicas dele pra gente. Tanto é que todas as músicas que ele mostrava pra gente estouraram com ele. Hoje o mercado está muito aberto.

E como foi cantar o hino nacional em Barretos este ano?
Rapaz foi maravilhoso, acredito que é o sonho de qualquer artista da música sertaneja é cantar em Barretos. Agora você imagina cantar o hino nacional na abertura de Barretos, que é considerado um dos maiores rodeios do mundo. Ficamos lisonjeados.

Como rolou esse convite?
Nós já tínhamos sido contratados pra fazer o show em Barretos. Aí queriam fazer uma coisa diferente, colocar uma dupla sertaneja pra fazer a abertura do rodeio internacional. E graças a Deus pensaram na gente. Aí nós fizemos um arranjo sertanejo, com viola, e ficou uma coisa maravilhosa.

Quantas vezes vocês já tocaram em Barretos?
Esse foi o terceiro ano, tocamos em 2005, 2007 e agora em 2008.

Quais os próximos planos da dupla?
A gente lança agora no final do ano um CD com mais músicas autorais, dentro do nosso estilo. Toda vez que a gente faz um projeto sempre se surpreende, porque nós sempre queremos fazer um projeto melhor do que o outro. Vai ser um CD de 15 faixas, 10 inéditas e cinco regravações, que a gente fez de músicas que não são sucesso. Nós pegamos músicas do passado, dando uma nova roupagem, que até às vezes as pessoas confundem com musicas inéditas nossas. Até o final do ano ele vai estar em todas as lojas do Brasil.