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Biografia de Louro Santos

Natural do município de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, Louro Santos teve a música sempre presente em sua vida. Suas primeiras lembranças de ver um palco e artistas cantando nele vêm dos seis, sete anos de idade, quando acompanhava o pai e os tios nos shows que aconteciam no mais disputado palco de Pernambuco, o Forró Cheiro do Povo, onde vinham tocar nomes como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Elba Ramalho, Alceu Valença, entre outros grandes artistas. Aos oito anos, Louro perdeu seu pai e a vida deu um giro inesperado, mas a música já estava impregnada dentro dele.

“A música surgiu natural, tenho sempre essas primeiras lembranças e acho que foi aí que decidir ser um cantor. Depois teve a roda de samba que eu e uns amigos começamos a fazer, quando eu já tinha vindo morar em Olinda. Era uma brincadeira despertada pelo carnaval, mas foi ali que eu vi que sabia cantar”, conta. Os irmãos dos seus melhores amigos tinham banda. Louro aprendeu, por influência deles, a tocar violão. Também começou, com outros colegas da turma, a fazer festas nas casas dos amigos. Como DJ, sem maiores pretensões, fazia uma verdadeira pesquisa, através de vinis comprados, emprestados e fitas K-7, dos maiores sucessos nacionais e internacionais da década de 80.

Quando montou a banda de baile Vôo Livre, já sabia todas essas músicas de cor. As bandas passaram a ser obrigatória nas festas e Louro, além de repertório, cantava e tocava guitarra muito bem. Aqui e ali, incluía as músicas que ele mesmo já fazia. Depois da Vôo Livre, Louro mudou-se para a Eletrobanda que, como o nome sugere, fazia uma releitura pop das músicas de tradição mais regional. “Nos anos 80, o forró em Pernambuco já estava ficando mais eletrizado, com Jorge de Altinho, Novinho da Paraíba, Alcymar Monteiro, e a própria Elba Ramalho. Era isso que animava a galera no salão”, conta o cantor.

Pelo menos no Nordeste, a música internacional norte-americana começou a perder espaço, nas festas, para as músicas nacionais. Com o que muitos chamam de “estilização” do forró, houve a volta dos jovens para os bailes, as festas de clube e os grandes shows. Louro fez parte do boom do “forró eletrônico”, quando estouraram grupos como Mastruz com Leite e Limão com Mel. No Recife, ele integrou bandas como Arretados do Forró, Chamego Arretado e Aveloz. Num intervalo entre essas, chegou a acompanhar a MPB sofisticada de Paulo Diniz.

Tendo criado um repertório autoral de peso, baseado no forró, mas muito fundamentado na canção romântica brasileira, Louro sentiu que era a vez de montar sua própria banda. Nos shows, passou a ser apresentado como Louro Santos e Forró da Malagueta.

Sopro novo – Louro foi acompanhado pelo Forró da Malagueta até a chegada do filho Victor Santos, à sua banda, há três anos. Victor demonstrava talento precoce desde os três anos de idade, quando era capaz de aprender e cantar uma música inteira. A certeza de que era um cantor de verdade veio na época do ensino fundamental, na primeira escola que estudou. Levava o primeiro lugar do concurso de calouros, abria com canções emocionantes cultos como primeira comunhão e despertava em todos uma certeza: “esse menino um dia vai brilhar e ser famoso!”.

Foi como “um menino” que chegou, pra valer, ao primeiro show do pai. Sabia cantar a canção Retrato, com maestria. Além disso, sempre demonstrou segurança e intimidade com o palco. Sua participação foi um marco na história de Louro, que mudou todo o conceito da banda. Victor passou a ser uma exigência dos contratantes, que queriam o “menino que fez a brilhante apresentação no DVD”. Daí para o surgimento da dupla foi pouco tempo. Victor já sabia todo o repertório de Louro. Aos poucos, novas canções – próprias para seu gosto e timbro de voz – foram acrescentadas ao show. Louro Santos e Victor Santos é hoje um formato inédito de dupla de pai e filho. Um show que encanta da criança ao idoso. Do casal de namorados à família completa. Uma história que milhares de fãs já conhecem e que cresce a cada dia.