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Biografia de Mayhem

O Mayhem é uma banda de black metal, fundada no ano de 1984 em Oslo, Noruega. É considerada uma das melhores e mais importantes bandas de toda a história do black metal mundial. O nome Mayhem surgiu da faixa "Mayhem With Mercy", encontrada no álbum "Welcome to Hell" (1981), da banda inglesa Venom, considerada a primeira banda de Black Metal da história.

Formada em 1984 por Øystein Aarseth (Euronymous), a formação inicial, além de Euronymous, contava com Necrobutcher (baixo), Manheim (bateria) e Maniac (vocal). Foi com esta formação que o Mayhem lançou seu primeiro disco, um EP, em 1987, intitulado Deathcrush.

Logo depois, Maniac saiu da banda e em seu lugar entrou Per Yngve Ohlin, mais conhecido como Dead, que antes fazia parte de uma banda sueca chamada Morbid. Com Dead no vocal o Mayhem gravou, em novembro de 1990, o disco "ao vivo" Live in Leipzig, que só foi lançado em 1993.

Antes, porém, o Mayhem seria protagonista de algumas das páginas mais controversas da história do Black Metal, e do Rock em geral. Primeiramente, o Mayhem foi a banda mais importantes do Inner Circle, um movimento anticristão formado por membros de várias bandas de Black Metal da Noruega com o objetivo de disseminar e propagar ódio e aversão pelas religiões cristãs, numa tentativa até mesmo de eliminar as religiões cristãs na Noruega. Porém, tais atitudes não ficaram somente no plano intelectual: durante esse tempo várias igrejas foram queimadas na Noruega por membros do Inner Circle, inclusive algumas igrejas históricas, num total de cerca de 100 igrejas queimadas ou danificadas por membros do Inner Circle.

Mas talvez os fatos controversos que mais marcaram a história do Mayhem tenham sido as mortes de seus dois principais integrantes: Dead e Euronymous. Primeiramente, em abril de 1991, o vocalista Dead cometeu suicídio cortando os pulsos com uma faca e depois atirando em sua própria cabeça com uma espingarda, que por sinal foi uma das capas de um dos álbuns do Mayhem e, dois anos depois, em agosto de 1993, o guitarrista e fundador do Mayhem, Euronymous, foi assassinado por Varg Vikernes, da banda Burzum, que também fazia parte do Inner Circle. Varg Vikernes alegou motivos pessoais e ideológicos pelo assassinato e, por tal ato inconseqüente, Varg Vikernes, na época com 20 anos de idade, foi condenado a 21 anos de prisão - está em liberdade condicional depois de cumprir 16 anos. Ele foi liberado em 22/02/2009.

O Mayhem estava prestes a lançar seu próximo disco quando Euronymous foi assassinado, disco este que foi lançado em 1994, com Attila Csihar no vocal, intitulado De Mysteriis Dom Sathanas. Apesar de ser o terceiro álbum oficial da banda, este foi seu primeiro full-length, o primeiro LP de estúdio, já que os dois anteriores eram um EP e um "ao vivo".

O baterista Hellhammer, que havia entrado no Mayhem em 1990, foi então o único membro a permanecer na banda. Após um hiato de dois anos, Hellhammer decidiu trazer o Mayhem novamente à ativa. Assim, com o retorno dos antigos integrantes Necrobutcher e Maniac, e mais o guitarrista Blasphemer, o Mayhem lançou, em 1997, o EP Wolfs Lair Abyss. E na sequência vieram outros trabalhos, entre eles o disco "ao vivo" Mediolanum Capta Est, de 1999, e o segundo full-length do Mayhem, Grand Declaration of War, de 2000.

Em 2004 foi lançado o terceiro full-length do Mayhem, intitulado Chimera, ainda com Maniac no vocal, que, um ano depois sairia da banda, sendo substituído por Attila Csihar.

Com essa nova formação (Attila Csihar, Blasphemer, Necrobutcher e Hellhammer), o Mayhem lança seu quarto full-length, Ordo Ad Chao em 2007.

Durante todos esses anos após a morte de Euronymous, o Mayhem alternou péssimos discos, como o álbum "Chimera", e outros discos que deixaram muito a desejar, como o fraco álbum "Grand Declaration of War". Porém, em todos estes álbuns, percebe-se o quanto o Mayhem perdeu com as mortes de Dead e Euronymous, e não somente em se tratando da qualidade artística das músicas.

Em Abril de 2008, Blasphemer decidiu deixar a banda. Ele emitiu a seguinte declaração sobre o assunto:
A principal razão subjacente a esta conclusão reside no fato de que eu simplesmente não vejo qualquer futuro para mim mais na banda, pelo menos não um futuro que eu gostaria de participar no decorrer dos próximos anos. Venho tocando na banda há mais de 13 anos, já tendo composto, produzido e lançado vários álbuns com grande visão, dedicação e arte, para chegar a esta encruzilhada de opostos. Cedo ou tarde, tudo chega ao fim, e no meu caso, este círculo está completo.

No dia 24 de outubro de 2008, o Mayhem se apresentou pela 1º vez na América do Sul (com Morfeus, do Limbonic Art, no lugar de Blasphemer) na "South America Fucking Armageddon Tour", em Duque de Caxias/RJ e, no dia seguinte, se apresentou em São Paulo/SP. Shows históricos, comprovando que o seu legado e as suas raízes estão mais ativas do que nunca, não somente através de seus shows mas também por seus álbuns, mantendo de forma forte e determinante o legado do black metal, transmitindo sua música e sua ideologia de não-conformidade e os ideais da contracultura.

Contudo, muitos sustentam a ideia de que a banda morreu com Euronymous, uma vez que, após sua morte, Hellhammer gravou dois discos com uma banda de Metal Cristão chamada Antestor, Maniac trocou carícias e beijos homossexuais com o vocalista da banda Shining no palco, elementos musicais extremamente fora da linha tradicional do Mayhem foram adicionados na música, tais como batidas eletrônicas e vocais limpos, para não falar em outros projetos altamente comerciais de membros do atual Mayhem, como a banda ganhadora do Grammy norueguês The Kovenant. O Mayhem deixou definitivamente de ser uma banda underground, para se tornar algo bastante viável do ponto de vista pecuniário.