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Onde Um Guacho Dobra Os

César Oliveira e Rogério Melo

Dom Miraldo estende o braço e arma o laço com perícia
Manda que assustem do fundo só pra determe no mundo pra o osco que tem malícia
Dom Miraldo peala lindo e rindo estende a bolcada
Revela pra o castrador que a ciência do pealador tá no manejo da armada

Dom Miraldo alma de pampa benze a estampa que é um regalo
E masca o pó da mangueira junto a goela da porteira que gospe mais um pra o pealo

Dom Miraldo deste anseio sabe o floreio que embala
O ozco que abana a cola quando a cantiga da argola num golpe seco se cala

Dom Miraldo é pealador e deste amor sou testemunho
Porque me agrada e me encanta a poeira que se levanta onde um guacho dobra os punhos
Da poeira que se levanta onde um guacho dobra os punhos

Dom Miraldo é mais que isso, tem um feitiço que inspira
Porque a tristeza rebalha quando a alegria se espalha no semblante do tio Mira
Quê o Mira pátria e querência excelência riconada
No valor de cada braça do laço que se adelgaça por capricho ou pafaquada

Dom Miraldo é sempre assim não vai ter fim nem começo
Talvez o tempo me fale mas algum outro que peale igual a ti não conheço

Dom Miraldo deste ofício conhece o vício e as manhas
Nem pesa o corpo franzino e a escora o próprio destino porque com Deus se acompanha

Tio Mira vá que se pare o Santo Padre por farra
Peça mostra do ter fi lo atira no velho estilo de sobre lombo ou cucharra
Atira no velho estilo de sobre lombo ou cucharra

Dom Miraldo estende o braço
Tio Mira pátria e querência
Dom Miraldo é pealador

Composição: Rogerio Villagran





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