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Vida Apertada

Ciro de Souza

Meu Deus, que vida apertada

Trabalho não tenho nada

Vivo num martírio sem igual

A vida não tem encanto

Para quem padece tanto

Desse jeito eu acabo mal



Ser pobre não é defeito

Mas é infelicidade

Nem sequer tem o direito

De gozar a mocidade



Saio tarde do trabalho

Chego em casa semimorto

Pois enfrento uma estiva

Todo dia lá no cais do porto






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