Quero deixar um pedido gravado bem na memória
Quando eu ir para o céu que findar a minha história
Vou cantar versos pros anjos pra todo o reino da glória.
Falado:
Tiram a louça da reza e faça um grande sovéu
Que eu possa subir por ele até na porta do céu
Por que Deus há de ouvir a reza que o povo fez
Eu de lá hei de cantar versos lindos pra vocês.
Cantado:
E o meu primeiro pedido agora vou declarando
Quero uma cavalaria meu enterro acompanhando
E o povo batendo palma e uma sanfona chorando.
Na hora de me velar quero quatro candeeiros
Devidamente pilchados meus amigos e companheiros
Eu quero ser enterrado bem ali no meu terreiro.
Falado:
Em roda do meu jazigo deixar crescer o capim
Um ou dois cavalo amigos pastando em roda de mim
Não me ponham na parede porque é contra meu querer
Me ponham na terra virgem que me ajudou a crescer.
Cantado:
Não é preciso ter choro que todos pesam assim
Quero dois índios trovando no dia que tiver fim
E o que eu cantei pra vocês quero que cantem por mim.
Falado:
Amigos este convite é pro fim da minha vida
Quero cantiga a vontade que corra frouxa a bebida
Bebam, cantam ,mas não brigam, respeitam o meu defunto
Para evitar que eu me alerte e saia peleando junto.
Cantado:
É meu último pedido atendam com devoção
A bandeira do rio Grande enrole no meu caixão
E um letreiro na cruz que vai cravado no chão
Aqui descansa o gaúcho que honrou a tradição.