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Zaino Campeão

João Luiz Corrêa

O mundo se veio abaixo, numa tarde mormacenta
Nuvens pretas de tormenta, rebojavam em escarcéu
Raios riscavam o céu, com trovoadas barulhentas
O bagual suando nas ventas, se desmanchava em tropel

De contrario a ventania, o meu pala retorcido
De bigode repartido, cortamos trilha e ladeira
Esfiapando a barrigueira, não vi nada parecido
E eu firme nos estribos, juntava chuva com poeira

Era ligeiro o meu zaino, e pra escapar do mandado
Me fui de chapéu tapeado, em direção ao capão
Cruzamos o capoeirão, meio pelego encharcado
Na frente o chão ressecado dos cascos do meu campeão

O meu lenço não viu chuva, pois o zaino era um corisco
Fomos levantando cisco, de volta pro meu galpão
E o pingo do coração domado a moda campeira
Nunca correu uma carreira, mas pra mim era campeão

Ai!, ai!, ai!,
Meu zaino da estimação
Nunca correu uma carreira
Mas pra mim era campeão

Composição: -





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