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Cativeiro

José Fortuna

PARTE DECLAMADA:

A história daquela cruz fincada lá no terreiro
só Pai João que conhece seu passado verdadeiro
ela é uma triste lembrança do tempo do cativeiro
Com os olhos rasos de lágrimas de amargura e desengano
cansado de carregá o peso de tantos anos
oiando praquela cruz Pai João conta chorando:

PARTE CANTADA:

Onde essa cruz tá fincada também tá meu coração
há muitos anos passado, no tempo da escravidão
eu vi o meu pai morrê, implorando sarvação
cortado pela chibata do ingrato sinhô patrão.

Minha mãe já bem velhinha de mágoa também morreu
pra carregá essa cruz no mundo fiquei só eu
depois de tanto trabalho que muito tinha sofrido
para outro fazendeiro como um animal fui vendido.

Já cavouquei terra dura trabalhei sem reclamar
as cicatriz no meu corpo até hoje tem sinar
num dia 13 de maio que veio a libertação
viva a Princesa Isabel que acabou com a escravidão.

Só restou do cativeiro essa cruz que ali se vê
onde o povo faz novena faz promessa pra chovê
sem saber que ali meu pai morreu de tanto sofrê
e neste mesmo lugá eu também quero morrê.


Composição: -





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