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Vai E Vem do Carreiro

José Fortuna

Carreiro vai... carreiro vem
Beirando matas, cordilheiras, campos e espigões
Na estrada azul dos matagais
lhe acompanham passarinhos vindos dos sertões
No peito seu, eu sei que tem
seis bois puxando o carro triste do seu coração
É a saudade, emparelhada com a lembrança
o amor, a esperança, desespero e solidão.

Carreiro vai... carreiro vem, rodando só pelo sertão cantando assim:
Carreiro vai... carreiro vem, na sua estrada de paixão que não tem fim.

Carreiro vai... carreiro vem
para bem longe do filhinho que ficou no lar
bem cedo sai e a tarde vem
deitar nos braços de Chiquinha sempre a lhe esperar
Solta seus bois lá no curral
quando no morro surge o claro raio de luar
Pega na viola pra cantar sua poesia
quando fora a brisa fria vem com ele duetar.

Carreiro vai... carreiro vem, rodando só pelo sertão cantando assim:
Carreiro vai... carreiro vem, na sua estrada de paixão que não tem fim.

No vai e vem, que o mundo dá
vai o seu rastro rabiscando pedras e areiões
Dois riscos só deixa no pó, e o orvalho tremulando sobre mil botões
Igual o sol passa por nós e a tarde deita no poente para repousar
solta a boiada de estrelas cintilantes, ruminando lá distante pelos campos do luar.

Carreiro vai... carreiro vem, rodando só pelo sertão cantando assim:
Carreiro vai... carreiro vem, na sua estrada de paixão que não tem fim.



Composição: -





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