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No Bico do Corvo

Lourenço e Lourival

Aonde eu vou, a muiêrada vai atráiz
Eu já não aguento mais essa beleza minha
Eu já estou com as oreia amarela
Tremendo as canela
Vendo estrelinhas

O Dotor disse que eu estou com anemia
Muierada noite e dia
Eu já não aguento
Essas muié assanhada, regadera
Querem ver minha cavera
E os grilo cantando dentro
Essas muié assanhada, regadera
Querem ver minha cavera
E os grilo cantando dentro

Tô fraco, muierada tô fraco
Tô com o zóio no buraco
Herança da boemia
Tô fraco, feio, esquisito
Trançando os cambito
E vendo estrelas de dia

O Dotor disse que o meu mal profundo
É pensar que o mundo é feito pra mim só
E elas dizem que o dotor está mentindo
O que eu estou sentindo é falta de um xodó

Elas me liga me dizendo: Meu benzoca
Saia dessa toca e vem pra nós denovo
Mas para elas eu respondo: Não dá não
Infelizmente o garanhão está no bico do corvo
Mas para elas eu respondo: Não dá não
Infelizmente o garanhão está no bico do corvo

Tô fraco, muierada tô fraco
Tô com o zóio no buraco
Herança da boemia
Tô fraco, feio, esquezito
Trançando os cambito
Vendo estrelas de dia (2x)


Composição: Praense e João Miranda





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