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Poeira da Boiada

Lourenço e Lourival

Saudade, negra saudade que fere meu coração
Trazendo a vida passada na minha imaginação
Os anos me arrastaram longe da infancia florida
Estou chegando ao fim da longa estrada da vida

Meu pai era boiadeiro viajava desde menino
E eu creci nessa lida, nasci com o mesmo destino
Meu pai morreu nas estradas marcado ao peso da idade
No mundo eu sigo levando e negra cruz da saudade

Sonhando as vezes em delirio escuto na voz do vento
O triste som de um berrante gemendo em meu pensamento
Sonhando ainda eu vejo a minha rede armada,
Ainda sinto a friagem da brisa da madrugada.

Estou no fim dessa vida em meu exilio profundo
Recordo as longas viagens daquelas ermos de mundo
Hoje eu sou a poeira que o gado faz nas estradas
Que vai sumindo aos poucos, vai se acabando em nada.

Composição: Luiz de Castro/oswaldo Galhardi





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