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Nos Bailes da Guampa Preta

Luiz Marenco

Eu cheguei na Guampa Preta
E já vi que estavam bailando
Os pingo atado na frente
E o mestre Ambrósio tocando
E já andava a Guampa Preta
Da sala para a cozinha
Pois só faltava cincerros
Para ser égua madrinha

Eu canto desde potrilho
E comigo não tem bobagem
Ferrão de cochincho é punho
E bóia de porco é lavagem
Diz que o sapo é pelado
E a cobra não tem pelo
Mas eu vi uma muçurana
Tapadinha de cabelo
De tanto que se arrastou
Pelou todo o cotovelo

Foi então que eu me agradei
E me meti de paleta
A cantar verso grongueiro
No baile da Guampa Preta

Já fui capataz de tropa
Do coronel Chico Feio
E esfolei todo sabugo
Correndo boi do rodeio
Eu sou um índio ventena
E quando pego a perigá
Eu mato sem fazer sangue
E engulo sem mastigar

Eu nunca tive curtume
Guampa Preta, minha dama
Mas se tu me der licença
Eu classifico essa courama
E por isso, Guampa Preta
Canto sem desmerecer
Mesmo me enchendo de lenha
Não dou meu braço a torcer
Se eu escapar da cadeia
Eu volto só pra te ver

Composição: Iolanda Pilar, José João S





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