na estrada onde vou passando
tenho o rosto desenhado
dos passos que vou deixando
quase nada foi guardado
nas cores da madrugada
mergulhei o olhar descrente
das voltas do meu passado
trago apenas o presente
minha voz mora no vento
e velóz vai no espaço
derramando o pensamento
pelos cantos onde passo
meu nome é chama queimando
ou quem sabe água corrente
semente de alguma rosa
ou terra feito horizonte
ou ponte de alguma estrada
ou morador, ou viajante
venho só de tão distante
vendo a hora da chegada
só alguém que um dia chora
no outro volta a ser contente
no sorriso vou morrendo
pra viver imensamente