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Romance Campeiro

Os Mirins

O baio mascava o freio pra me levar pra fuzarca
Do tronco dos meus arreios sai batendo matraca
Eu já sentia nas ventas o cheiro da namoarada,
Era uma carreira ganha de dar sessenta por nada.

Depois de tanta saudade de promessas e queixumes
Distancia de légua e meia eu sentia teu perfume.

A gaita velha chorona dava as cartas pro jogo
E o compasso da vanera botava lenha no fogo
E aquele rosto moreno com ares de querendona
Cochilava no meu peito com o balanço da acordeona.

Depois de tanta saudade de promessas e queixumes
Distancia de palmo e meio eu saboreava o teu perfume.

O candeeiro penava e a luz do amor florescia
E eu me tornava escravo daquela pele macia.
Tem horas que o vivente se entrega se for preciso
Comete qualquer pecado, mas entra no paraíso

Depois de tanta saudade de promessas e queixumes
Já não havia distancia pra eu beber o teu perfume.

A saudade veio cedo junto da aurora guria
E a lua roubou meu sonho fugiu pra longe do dia
E o baio num trote lento como um respeito a seu dono
Lembrando que a vida dura volta depois de um bom sono.

Composição: Albino Batista Manique/Francisco Romeu de Castilhos





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