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Cavalo Baio

Porca Véia

Nos rodeios do meu pago em dia de marcação
Era eu e meu cavalo garboso alto do chão
Esta pingo era um relampo parceiro pra qual quer lida
Bufando, mascando o freio num que perigasse a vida.

Foi num surungo de rancho num cafundó do meu pago
Uma prenda flor e flor, olhar manso mãos de afago
Me vi nos braços da china numa vaneira macia
Seu olhar engoliu meus olhos que nem vi clarear o dia.

Foi tamanho este cambicho que antes de findar o embalo
Rumbeei pro rancho com a prenda na anca do meu cavalo;
Por roubar fui condenado a uma cadeia de abraços
Larguei rodeios e farras quase nada agora eu faço.

Coitado do meu cavalo, meu baio de estimação
Que perdeu seu companheiro das farras do meu rincão
As vezes em campo a fora sai em louca disparada
Ventas abertas ao tempo até o fundo da invernada.

Eu então fico cismado olhando este bicho gente
Junto aos varais da mangueira sinto uma dor diferente
Vem a noite e o meu cavalo relicha lá no galpão
E passa olhando em silencio com raiva no coração.

Composição: Daltro Bertussi





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