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Minha Viola

Rolando Boldrin

Minha viola
Tá chorando com razão
Por causa d'uma marvada
Que roubou meu coração

Eu não respeito cantadô que é respeitado
Que no samba improvisado, me quisé desafiá
Inda outro dia, fui cantá no galinheiro
O galo andou o mês inteiro, sem vontade de cantá

Nesta cidade todo mundo se acautela
Com a tal de febre amarela, que não cansa de matá
E a dona Chica, que anda atrás de mal conselho
Pinta o corpo de vermelho
Pro amarelo, não pegá...

Eu já jurei, não jogá com seu Saldanha
Que diz sempre que me ganha
No tal jogo do bilhar
Sapeca o taco nas bola de tal maneira
Que eu espero a noite inteira, pras bola carambolá
Conheço um véio, que tem a grande mania
De fazê economia, pra modelo de seus filho
Não usa prato, nem moringa, nem caneca
E quando senta, é de cueca
Prá não gastá os fundilho

Eu tenho um sogro cansado dos regabofe
Que procurou o Voronoff, doutô muito creditado
E andam dizendo que o enxerto foi de gato
Pois ele pula de quatro, miando pelos telhado
Aonde eu moro, tem o Bloco dos Filante
Que quase, a todo instante
Um cigarro vem filá
E os danado, vem bancando inteligente
Diz que tão com dor de dente
Que o cigarro faz passá...

Composição: Noel Rosa





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