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Cerveja Quente

Tião Carreiro e Pardinho

Numa venda beirando a estrada
No recanto do nosso interior
Certo dia chegou um granfino
Exibindo chapéu de castor
Para morena dona da venda
Disse, pago o preço que for
Mas eu quero cerveja gelada
Porque não suporto o calor

Desculpando respondeu a moça
Gelada não tenho nenhuma
Eu só tenho cerveja quente
Gelo puro aqui não se arruma
O granfino falou de modo arrogante
Eu não faço questão alguma
Se for quente igual a você
Juro que bebo até a espuma

A morena tentou retrucar
O granfino na hora inpedia
Segurando o braço da moça
Quis beijar sua face macia
Ela puxou um trinta e oito
Atirou sem fazer pontaria
E furando o chapéu do granfino
Que de medo de joelhos caia

O granfino tremendo na mira
Goela a baixo a cerveja descia
Bebeu toda cerveja da venda
Enxugando todo suor que descia
Ao pagar não esperou o troco
E na curva da estrada sumia
Aprendeu a respeitar mulher
De cerveja pegou alergia

Composição: João Mulato





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