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Estrada do Sertão

Pena Branca e Xavantinho

Coisa que não arrenego
Nem tão pouco desapega
Ter gostado de você
Foi gostar desenchavido
Encruado e recolhido
De ninguém se aperceber

Matutando vou na estrada
Nos meus óio a passarada
Faz um ninho pra você
Juriti espreita triste
E a jandaia não resiste
Chora junto por você

Nos teus óio faz clarão
E é um verde, um azulão
Tiê sangue furta cor
Que me dá desassossego
Que me suga que nem morcego,
Mangando que é beija-flor

Não me encrespe a vida assim
Já me basta o que de mim essa vida caçoou
Não me faz essa graçola
De me abrir essa gaiola
Pra depois não me prender.

Canta firme juriti
E vê se entoa uma canção
Sabiá me roça aqui
Ô Sabia...
Bem junto do meu coração
Pousa aqui meu colibri...
Vê se tu tem pena d´eu
Quero ser teu bacuri...
Quero ser de vós meçê

Quanto mais se desfeiteia,
Me despreza, mais me arrasto pra você...

Composição: João Pernambuco/Hermínio Belo de Carvalho





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