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Negrinha

Bianca Coelho

Pobre orfã de 7 anos
Negrinha o nome do espanto
Sempre escondida em um canto
Pois recebia tratos desumanos

Brincar nunca brincou
E se falou ninguém notou
Magra atrofiada
Seus pais eram da senzala

Dona Inácia a criou
E também a maltratou
Em um contentamento
O ovo esquentou

Pestinha, diabo, trapo
Cachorrinha ou cousa-ruim
A vida de Negrinha só tinha tempo ruim
Pestinha, diabo, trapo
Cachorrinha ou cousa-ruim
A vida de Negrinha só tinha tempo ruim

O corpo de negrinha
É tatuado de sinais
Batiam nela dia a dia
Nunca a deixavam em paz

Os anjos tão branquinhos
Trouxeram seu brinquedo favorito
Mas ela não sabia
O nome do que era aquilo

Nunca viu uma boneca
E se apaixonou
Em um instante foi tratada
E sua vida melhorou

Bons dias acabados
Tudo ao normal voltou
Negrinha a tristeza enfim reencontrou

Adoeceu e ninguém viu
A morte lhe sorriu
Negrinha se despediu
A vida lhe iludiu

Pestinha, diabo, trapo
Cachorrinha ou cousa-ruim
A vida de Negrinha só tinha tempo ruim
Pestinha, diabo, trapo
Cachorrinha ou cousa-ruim
A vida de Negrinha só tinha tempo ruim






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