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Biografia de Dóris Monteiro

Adelina Dóris Monteiro nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 21 de Outubro de 1934. Dóris Monteiro é uma cantora e atriz brasileira.

Começou cantando fados em programas infantis, estreando como intérprete a 31 de outubro de 1949 no programa de calouros Papel Carbono, de Renato Murce, na Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, onde interpretou Bolero, imitando Lucienne de Lille.

Em 1951, quando estudava no Colégio Pedro II, foi convidada pelo cantor Orlando Correia para cantar na Rádio Guanabara; permaneceu um mês na emissora, passando em seguida, graças a Alcides Gerardi, para a Rádio Tupi, onde trabalhou oito anos.

Nesse mesmo ano, começou a cantar na boate do Copacabana Palace Hotel e fez sua primeira gravação, pela Todamérica, interpretando Se você se importasse (Peterpan), que foi também seu primeiro sucesso.

Em 1952, eleita Rainha dos Cadetes, gravou outro sucesso: Fecho meus olhos, vejo você (José Maria de Abreu).

No ano seguinte, convidada por Alex Viany, estrelou o filme Agulha no palheiro, cantando a música do mesmo nome e sendo premiada por sua atuação como atriz.

Casou, em 1954, com Carlos Rui Meneses e, nesse mesmo ano, gravou seu primeiro LP, "Vento soprando", na Continental, interpretando, entre outras, Graças a Deus (Fernando César) e Joga a rede no mar (Fernando César e Nazareno de Brito).

Foi uma das estrelas da TV Tupi em 1955, apresentando um programa que levava seu nome. Em 1956 grava Mocinho Bonito, de Billy Blanco - uma das músicas mais marcantes do seu repertório. Eleita Rainha do Rádio.

Dóris Monteiro em 1957 já era uma grande estrela, e havia sido eleita Rainha do Rádio por dois anos consecutivos.

Seu “fio de voz”, como diziam alguns colegas, era também a marca de uma cantora moderna e sofisticada, que sabia ser ao mesmo tempo simples e sofisticada, e muito popular, agradando a todos os ouvintes, técnicos, produtores e colegas músicos da nossa Era do Rádio.

O LP de Dóris Monteiro, no formato de 10 polegadas, lançado em 1957, traz em seu repertório, entre outras preciosidades, a gravação original de “Mocinho Bonito”, um clássico de Billy Blanco, grande sucesso na época e considerada como uma das gravações inaugurais da bossa nova.

Além de cantar Doris também atuou frente ao microfone como locutora e disc-jokey e também fez sucesso nas telas de cinema como atriz, chegando a ganhar prêmios. Uma bela trajetória.

Ainda nos anos 40, podia ser apenas uma menina com a mãe sempre ao lado “de guarda”, mas quando cantava, transmitia poesia pelas ondas do rádio. E é assim no disco lançado em 1957.

Dos primeiros acordes de “Faça de Conta”, bonita composição de Fernando César, até o último segundo da enfumaçada “Meu Tema”, de Édson Borges, este disco é todo, uma grande beleza.

Doris registrou duas composições de Maysa, que recém havia surgido no cenário musical como um furacão de sucesso e expressão artística. São duas músicas do primeiro disco da Maysa, lançado um ano antes: “Marcada” e “Resposta”.

Duas belas composições, que ao ganharem interpretação da já experiente colega, são prova do quanto reverenciada Maysa foi no meio musical, ao mesmo tempo em que fazia enorme sucesso popular.

As interpretações de Dóris Monteiro para estas duas canções são belíssimas, muito particulares, com toda a sua personalidade musical.

Vale lembrar que Maysa ainda não havia gravado nem o seu segundo LP quando Dóris Monteiro lançou este. Uma bela homenagem, que deixou Maysa muito feliz. Que compositor não gostaria de ter uma música sua interpretada por Dóris Monteiro? Elas chegaram a dividir o microfone nesta época em programas no rádio.

“Dóris Monteiro” é um LP belíssimo, é a música brasileira elegante dos anos 50. A voz, mesmo que por “um fio”, tem a toda a doce dimensão da poesia daqueles dias. Mesmo que nem todas as canções sejam espetaculares como “Mocinho Bonito”, “Resposta” ou “Faça de Conta”.

Os arranjos do disco são incríveis, vem com a assinatura da orquestra toda original de Renato de Oliveira. Há violinos, acordeons, sax, percussão em primeiro plano e piano, tudo arranjado no maior capricho, como convém ao maestro, abrilhantando as composições.

Uma preciosidade - que mais dizer de um disco que reúne a orquestra de Renato de Oliveira, mais a voz de Dóris às composições de Fernando César, Maysa, Billy Blanco, Édson Borges, Eduardo Luiz e Amado Régis.

Gravou mais dez LPs, destacando-se Gostoso é sambar, de 1963, na Philips, com a faixa-título de João Melo, O que eu gosto de você (Silvio César) e Olhou pra mim (Ed Lincoln e Sílvio César).

Dóris Monteiro, de 1964, na Philips, com Samba de verbo (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle).

Mudando de conversa, de 1969, na Odeon, em que cantou dois dos maiores sucessos de sua carreira, Mudando de conversa (Maurício Tapajós e ) e Do-re-mi (Fernando César).

Odeon, de 1970, cujo destaque principal foi "Coqueiro verde" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos).

Durante os anos 70 gravou com com os cantores Miltinho e Lúcio Alves.

Lançou, ainda na Odeon, LPs nos anos de 1972, 1973 e 1974.

Nos anos 80 Dóris Monteiro volta a gravar. Dóris Monteiro - gravadora Copacabana. Essas Mulheres com Dóris, Elizeth Cardoso, Helena e Ângela Maria - 1986 - gravadora Continental.

Turnês
Em 1990, a convite de Lisa Ono, viajou ao Japão e realizou shows em Tóquio, Osaka e Nagóia. Cassino de Punta del Este, no Uruguai; Lisboa e Coimbra junto com Dorival Caymmi, em Portugal.

No ano seguinte a Sony lançou Dóris e Tito Madi, na série Academia Brasileira de Música. Samba Canção- da série Academia Brasileira de Música - músicas que se destacaram: Chove lá fora, de Tito Madi, Ronda de Paulo Vanzolini e Manhã de carnaval (Antônio Maria, Luiz Bonfa).

No cinema, atuou no filme Agulha no palheiro de 1953, cantou a música com o mesmo nome; e foi premiada como atriz. Em 1954 participou de Rua sem sol de Alex Viany. Tudo é música de Luís de Barros. "De vento em popa" de Carlos Manga e "A Carrocinha" (este último ao lado de Mazzaropi) em 1957.