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Biografia de Escola de Samba Unidos do Peruche

O Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Unidos do Peruche é uma das mais tradicionais escola de samba da cidade de São Paulo, criada na década de 50, a partir de um grupo de amigos que participavam da escola de samba Lavapés. A escola se autodenomina "filial do samba" e possui em seu pavilhão as mesmas cores da bandeira do Brasil. Nos últimos anos, tem oscilado entre a primeira divisão e o grupo de acesso.

A Peruche tornou-se vice-campeã de 1968 à 1971 e também em 1989 e 1990. Mas um dos desfiles que mais marcaram a escola foi o de 1988, quando a escola, numa apresentação luxuosa com carros alegóricos gigantescos para os padrões paulistanos da época, contou com dois grandes intérpretes puxando seu samba: Jamelão e Eliana de Lima.[2] Devido à forte chuva que atrapalhou o desfile naquele ano, a escola consiguiu, no entanto, apenas um quinto lugar - 7 pontos atrás dos líderes.

Entre os fundadores da Peruche estavam João Cândido da Silva, conhecido como Cachimbo e Carlos Alberto Caetano, conhecido como Carlão, que junto com alguns amigos sambistas, decidiram fundar um bloco de foliões no Parque Peruche. Surge então a Sociedade Esportiva Recreativa Beneficente Unidos do Parque Peruche, que possuía de início uma quadra para realização de seus ensaios no local chamado "Terreio do Caqui". Nessa época, muitos sambistas da região desfilavam também em outras escolas cordões, tais como Rosas Negras, Garotos do Itaim, Campos Elíseos e Paulistano da Glória.

Os times de futebol da região como o Monte Azul, Ponte Preta do Morro e Estrela do Sul, ajudavam a escola emprestando seus instrumentos. Mesmo assim, eram insuficientes para o tamanho da Peruche, que crescia cada vez mais. A Peruche começou a desfilar pela Categoria II(atual Grupo de Acesso), tendo aproximadamente 300 componentes. Em 1960 passou a desfilar pela Categoria I (atual Grupo Especial). De 1960 à 1963 foi vice-campeã e de 1965 à 1967 alcançou o título de campeã do carnaval, quando ainda não havia um desfile oficial e organizado em São Paulo.

Até essa época, o Clube dos Lojistas da Lapa colaborava com a escola, mas a partir de 1967, quando a prefeitura oficializou os desfiles, a escola perdeu o apoio do clube e começou a encontrar dificuldades. Nesse mesmo período, a Peruche começou a ensaiar na Rua Zilda, uma vez que havia vendido seu terreno. Algum tempo depois, a entidade comprou um pequeno imóvel, situado na antiga Rua C. Sendo impossível ensaiar em um espaço tão pequeno, adquiriram a quarta quadra, um terreno no Morro do Chapéu que mais tarde foi vendido, para poderem adquirir o espaço onde se encontra a atual quadra da escola, no Limão.

Em 1989 o conhecido carnavalesco carioca Joãozinho Trinta desenvolveu o enredo da escola, ocasião em que o também carioca Jamelão interpretou o samba-enredo. Em 1990 Joãozinho deixou um auxiliar em seu lugar, sendo Eliana de Lima a nova intérprete. Naquele ano, a Peruche desfilou com 2500 componentes, durante uma noite chuvosa, onde justamente seu desfile não foi atingido pela precipitação.Devido a alguns problemas na evolução a escola terminou na apuração a um ponto da campeã.

Em 1991 a escola inova trazendo duas mulheres ao microfone: Bernardete e Eliana de Lima. Já o andamento do barracão não é o mesmo: às pressas a escola trocou de carnavalesco, com a chegada de Laíla. Eliana entra em trabalho de parto, tendo que sair às pressas e deixando Bernardete para cantar sozinha. Em 1992 a agremiação novamente a escola sucumbe diante de uma gama de problemas de harmonia e evolução. Já no ano de 1993, a Peruche levanta a arquibancada, porém problemas de alegorias fizeram com que a agremiação se atrasasse, perdesse pontos, iobtendo um 8º lugar muito pouco festejado.

No ano seguinte novamente Jamelão retorna ao posto de intérprete, novamente a Peruche desfila aspirando conquistar o título, mas novamente uma chuva forte e constante fez com que os carros fossem quebrando ao longo da avenida. Dois carros que não conseguiram passar acabaram ficando no recuo, ocasionando a perda de 14 pontos. Naquele ano, a Peruche terminou com, já descontadas as perdas, 272,50 pontos, enquanto a campeã Rosas de Ouro obteve no total fez 289,00 pontos.

Indignada com a perda dos pontos em 94, para 1995 a direção da escola preparou o enredo de protesto "Não Deixe o Samba Sambar", uma crítica irreverente às inovações do carnaval que desrespeitariam as tradições do samba. Na apuração, acabou disputando apenas o sétimo lugar com a vizinha Mocidade Alegre.

Durante algum tempo, por problemas internos da escola, parte da comunidade foi gradualmente se afastando, o que gerou inclusive uma dissidência, a Império de Casa Verde, que nascendo com o apoio do bicheiro Chico Ronda, viria a ser mais tarde uma das maiores escolas de samba de São Paulo, numa ascensão meteórica.

No final dos anos 90 a Peruche foi rebaixada, voltando em 2001 para o Grupo Especial ao ser vice do Grupo de Acesso. Em 2003, um acontecimento comovente: a poucos dias do Carnaval, o barracão do Peruche pega fogo e alguns carros são atingidos. Muitas escolas se solidarizam e doam material, fazendo com que a escola consiga desfilar. Ainda assim isso não evita que ela termine em último lugar, sendo a princípio rebaixada, o que faz sua então presidente passar mal após ter uma crise de choro no fim da apuração, enquanto dava entrevistas. Ela alegava que depois de toda a dificuldade para sua escola entrar na avenida, não seria justo deixar de rebaixar o Império de Casa Verde (que deveria cair, mas numa decisão de última hora, o presidente da Liga resolveu que não cairia),e rebaixar a sua escola. Após uma série de discussões, Peruche e Barroca Zona Sul se mantiveram no Grupo Especial, porém ao contrário do Império, não conseguiram se firmar, e no ano seguinte a Peruche foi a penúltima colocada, caindo novamente (a Barroca conseguiu se manter por mais um ano).

Após desfilar no Grupo de acesso em 2005, a Unidos do Peruche conseguiu ser vice-campeã novamente, voltando ao Grupo Especial para 2006.

Neste ano, a Peruche, primeira a desfilar, fez um enredo em homenagem a Santos Dumont, e traz um dos carnavalescos campeões pelo Império no ano anterior. Se propondo a resgatar algumas das antigas tradições da escola, este vai de porta em porta chamar de volta alguns antigos componentes que estavam magoados com a escola. O desfile vem acima do esperado e a Peruche consegue se manter no Especial naquele ano, porém em 2007, ao homenagear a Turma da Mônica, novamente a escola termina em penúltimo, voltando ao Grupo de Acesso para 2008.No ano de 2009, juntamente com a Leandro de Itaquera, retorna ao Grupo Especial do Carnaval de São Paulo.

Em 2009 a Escola falou sobre jóias, com o enredo Do ventre da Terra a indomável cobiça do homem, porém acabou voltando para o Grupo de acesso, tendo terminado na última posição.