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Biografia de F.U.R.T.O

Furto também conhecida como F.U.R.T.O (sigla para Frente Urbana de Trabalhos Organizados) é uma banda brasileira criada por Marcelo Yuka, ex-baterista da banda O Rappa, que segue o mesmo estilo musical e ideologia que consagrou O Rappa. A primeira apresentação da banda ocorreu na edição de 2004 do Tim Festival, em São Paulo. Os estilos da banda alternam entre rock, punk rock, reggae e hip hop, mantendo a tendência dos anos 1990, misturas de ritmos e conclusões.

Juntamente com sua sede de justiça social, Marcelo também ampliou, e muito, seus conhecimentos sobre efeitos eletrônicos. Depois de bolar uma nova linhagem musical, Yuka se juntou com um grande time para gravar um novo disco, Sangue Audiência, lançado pela Sony-BMG.

Com Maurício Pacheco, do ex-Mulheres Que Dizem Sim e Stereo Maracanã na guitarra; os pernambucanos Garnisé, saído do grupo Faces do Subúrbio, na bateria, e Jamilson da Silva, o Jam, na percussão, Marcelo Yuka gravou seu caldeirão explosivo, com letras viscerais e provocadoras misturadas a uma grande variedade de ritmos brasileiros.

Ao primeiro impacto, Sangue Audiência parece um emaranhado de efeitos eletrônicos, samplers e compilações dentro de um discurso caótico com uma metralhadora giratória disparando para todos os lados. Mas depois de uma análise cuidadosa, percebe-se que se trata de um estilo inovador dentro de um gênero consagrado.

Questionamentos, participações especiais e MST são o forte do trabalho. Músicas como Ego City, na qual a letra se pronuncia como o retrato real da burguesia carioca (“Carros à prova de bala / Com vidros à prova de gente”) mostram que Marcelo Yuka continua com sua língua inteligentemente afiada.

As excelentes participações especiais de Marisa Monte em Desterro, Manu Chao em Todos Debaixo do Mesmo Sombrero e B Negão em Gente de Lá mostram como Yuka angariou prestigio e como sua capacidade de fazer boas escolhas também está bem aguçada.

Mas Marcelo dá o tiro de misericórdia na hipocrisia quando finaliza o CD com a espetacular Verbos à Flor da Pele, onde sampleia de forma ímpar um discurso de João Pedro Stédile, coordenador nacional do Movimento dos Sem-Terra (MST).

Autor de alguns dos maiores hits contestatórios do Rappa, como Todo Camburão Tem um Pouco de Navio Negreiro e Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero), Yuca prova com Sangue Audiência que continua, de uma outra forma, com a caneta e a musicalidade afiadas.