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Biografia de Galocantô

No final da década de 1990, quando a Lapa iniciava o processo de revitalização cultural, que hoje é evidente, o mestre Ivan Milanês comandava uma roda de samba na Rua Joaquim Silva.

O local do pagode não era propriamente um bar. Mas toda quinta-feira, nosso amigo JR o transformava em um boteco onde o samba rolava na calçada até altas horas.

Pablo Amaral e Léo Costinha faziam parte do grupo oficial da mesa de Milanês, o “Além da Razão”, formado por jovens da Zona Norte da cidade. Rodrigo, Lula e Pedro eram assíduos nesse samba. E todos rapidamente se tornaram amigos.

Ali começava a se formar o elo da nossa corrente, uma amizade musical entre pessoas com uma mesma paixão, o samba. Assim, nascia aos poucos, o Galocantô.

Evolução
Com formações variadas e sem nome definido, o grupo já cantava em festas particulares e casas noturnas.

No tradicional Quintal da Tia Elza, o Galo embalou rodas de samba com o mestre Xangô da Mangueira. Na Praça Mauro Duarte, recebeu Paulinho da Viola, numa canja inesperada.

Em 2003, já com o nome Galocantô, Edson Cortes e Marcelo Correia se uniram a Rodrigo Carvalho, Léo Costinha, Pablo Amaral, Pedro Arêas e Lula Matos, consolidando o elenco atual.

Discografia: Fina Batucada
Com o primeiro CD Fina Batucada, lançado em 2006, o Galocantô se estabeleceu como um dos principais grupos de samba da atualidade, indicado ao Prêmio Tim 2007, na categoria “Melhor Grupo de Samba”.

Sucesso de crítica e público, das 18 composições de Fina Batucada, 11 são de autoria de integrantes do grupo, formado por Rodrigo Carvalho (voz principal e percussão), Pedro Arêas, Léo Costinha, Edson Cortes e Lula Matos (todos estes voz e percussão), Pablo Amaral (voz e cavaco) e Marcelo Correia (voz e violão de 7).

Influenciados por nomes do quilate de Candeia, D. Ivone Lara e Fundo de Quintal, essa boa safra de músicos se uniu no final da década de 90, momento em que a Lapa passava por uma estruturação.

O CD conta com participações especialíssimas de Beth Carvalho (na faixa "Elo da corrente"), Arlindo Cruz (banjo e voz em "Pra lá de legal"/ "Para você voltar"), Rildo Hora (gaita em "Sempre marcou") e Diogo Nogueira (em “Eminência Negra”). Além disso, participa também a Velha Guarda do Império Serrano em “Apesar do Tempo”.

Discografia: Lirismo do Rio
Depois do sucesso de Fina Batucada, o Galocantô prepara o lançamento do segundo CD, Lirismo do Rio.

O disco tem canções inéditas, muitas de autoria dos componentes do grupo. Outras de grandes mestres consagrados. E algumas regravações do “fundo do baú”.

Em comum, todas reafirmam que o Rio de Janeiro ainda é a Cidade Maravilhosa. A poesia revelada em cada esquina carioca, nas praias, nos bares e nas rodas, vira samba em Lirismo do Rio.

Com o novo trabalho, o grupo não vem contemplar apenas o saudosismo, mas a alegria de ser brasileiro através da poesia, virtude que nunca vamos perder.

O Galocantô canta, e muito, não só às quatro da manhã, mas toda a cronologia do melhor cancioneiro verde-amarelo.