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Biografia de Grupo Órion

No verão de 1977, alguns jovens da Igreja Adventista do 7º Dia reuniram-se para cantar músicas sacras, entretanto, com uma nova tendência harmônica.

A maioria dos membros deste grupo que surgia, já cantava no Hosana, o inesquecível coral da Igreja Central de Aracaju, dirigido na época pelo maestro João Alves. Porém, como o coral estava passando por uma crise, o seu pianista, o ainda jovem Sidney Leão, decidiu fundar um grupo menor que apresentasse um estilo diferente de trabalho. Eram 12 vozes divididas em cinco naipes: Soprano, contralto, Tenor, Barítono e Baixo.

A forma como cantavam, o uso de microfones individuais, os arranjos musicais, tudo era uma grande novidade diante do que todos estavam até então acostumados.

O grupo, inicialmente denominado “Cantores da Alvorada”, iniciou sua jornada tendo como repertório versões das músicas do Heritage Singers, um vocal americano possuidor de um estilo inovador e muito apreciado pelos jovens músicos de todo Brasil, e composições do Vencedores por Cristo, outra formação de cantores sacros que já se destacava no cenário artístico brasileiro.

Naquele tempo era muito difícil encontrar partituras para os arranjos vocais, então, o “Cantores da Alvorada” exercitaram a prática de “pegar de ouvido”, e isto se tornou uma ferramenta poderosa no desenvolvimento dos futuros trabalhos. Outras dificuldades foram sendo enfrentadas pelo grupo com muita criatividade e paciência. Numa época em que só se ouvia quartetos, duetos ou corais, aprender a apreciar um estilo musical diferente não era tarefa tão simples e aceitável para os membros de uma igreja tradicional.

Os jovens cantores romperam não somente esta barreira mas também, quebraram tabus estabelecidos em relação ao uso de certos instrumentos como o contrabaixo, a guitarra e o violão.
Nos anos iniciais de trabalho, além de músicas sacras, os “Cantores da Alvorada” ainda cantavam músicas folclóricas, fato que abriu muitas portas para que os mesmos se apresentassem em eventos culturais da Sociedade Sergipana, como os “Festivais de Artes de São Cristóvão e Laranjeiras”, eventos sociais no Lions Club, Hotel Palace, em cultos de outras igrejas evangélicas e até mesmo na igreja católica. Algum tempo depois o grupo entendeu que só deveriam cantar e divulgar a música sacra e, assim, retirou as músicas folclóricas de seu repertório.

No final da década de 70 o grupo passou a cantar também em outras cidades do Estado e também fora de Sergipe. Salvador foi uma das primeiras capitais visitadas e a boa aceitação do trabalho apresentado fez desta terra um lugar querido e especial para o grupo.

No início dos anos 80 outros trabalhos musicais também influenciavam o repertório do grupo, tais como Paul Jhonson e Maranata Singers. Nesse tempo, os jovens Jairo e Joel Alves já compunham músicas, porém, ainda hesitavam em colocá-las no repertório do grupo. Mas a vontade de continuar buscando um trabalho distinto e criativo os levou finalmente a apresentar suas músicas. Essa decisão foi o marco divisor e o forte diferencial do grupo, já que a maior parte dos outros conjuntos musicais só cantava as composições do Heritage Singers. Contudo, apesar de construir seus próprios arranjos instrumentais e vocais, ainda havia algumas dificuldades técnicas a serem vencidas pelo grupo que agora tinha uma nova denominação: ÓRION, grande nebulosa - percurso que muitos teólogos acreditam ser o caminho espacial traçado por Jesus em sua futura vinda.

No início da década de 80 o Órion foi convidado a participar da primeira Campal realizada no nordeste, em Belo Jardim, Pernambuco. Lá estavam alguns importantes nomes da música sacra, entre estes, o quarteto Arautos dos Reis. As músicas de sua autoria causaram excelente aceitação entre os irmãos ali reunidos. Em 84 surgiu oportunidade de realizar uma turnê pelo nordeste. Foram 15 dias passando pelas capitais e por outras cidades. Foi uma viagem em um micro-ônibus desconfortável, mas existia a motivação de pregar o evangelho! Durante a viagem foi necessário vender o som do grupo para garantir o retorno a Aracaju. Nessa aventura, o Departamental dos jovens da Missão Nordeste, um pastor mexicano chamado Jorge Sória acompanhou o grupo, junto com sua amável esposa. Foi uma maravilhosa convivência, jamais esquecida.

Em 1985, com um trabalho sólido de composições próprias, o grupo teve o privilégio de gravar o primeiro disco. Foi um desafio financeiro e artístico, e para vencê-lo, contamos com o apoio de amigos como o irmão Nicodemos Falcão e com a amizade e experiência do Maestro Costa Júnior. O LP que mais no futuro tornar-se-ia o CD “Cristo Segurança Eterna”, foi um marco na música cristã adventista aqui no Brasil, pois até então não havia nenhum trabalho fonográfico com repertório de 10 músicas de composição de um músico brasileiro, muito menos nordestino.

Esse CD ficou no catálogo de vendas da Gravadora Bom Pastor por 15 anos e as músicas ali gravadas são ouvidas e solicitadas pelos irmãos até hoje nas apresentações.

Em 1986 o Órion teve o inesquecível prazer de participar de uma das melhores campais até estes dias já realizada: A campal de Itabuna. E em 1989 gravamos o nosso segundo trabalho: “Celebração e Louvor”, um disco marcante para nós já que fomos um dos únicos grupos da época a gravar a orquestração das músicas nos Estados Unidos.

Em 1992 o grupo realizou a sua segunda tournée, agora pelo sul e sudeste do país, mas sempre começando em Aracaju e incluindo Salvador, como já foi dito antes, um lugar especial para o grupo. Cidades como Vitória do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, entre outras foram visitadas em um período de 28 dias, uma missão considerada quase impossível, já que foi realizada de avião e, junto às bagagens era necessário também embarcar o som do grupo. Muitas experiências de milagres na superação de dificuldades marcaram essa viagem. Em Porto Alegre o grupo cantou para os funcionários da VARIG que decidiu patrocinar o grupo com a concessão de passagens e a liberação das taxas de peso em excesso.

“Criador, Redentor e Rei”, o terceiro trabalho do grupo foi gravado em 93. Neste mesmo ano foi realizada uma nova excursão e o Órion cantou pela primeira vez no Maracanãzinho, no Projeto SOL. Desta vez o grupo viajou por 25 dias. Dos estados até hoje visitados pelo grupo, sem dúvida a Bahia foi o mais atingido. Nestas três décadas de trabalho que o grupo tem, foram percorridos milhares de quilômetros com o objetivo de propagar a mensagem de Deus através do canto.

Uma outra maravilhosa vitória foi alcançada em 1999. Pela primeira vez o grupo gravou um CD independente: “Pioneiros”, trabalho que foi divulgado em 2000 numa viagem pelo sudeste do país. Bênçãos incontáveis foram alcançadas naqueles 25 dias. Nesta mesma época, um dos compositores e membros do grupo, Joel Alves, lançou um trabalho solo intitulado “ De todo o meu coração”.
Em 2002 foram comemorados os 25 anos do Órion, numa festa emocionante realizada no Teatro Tobias Barreto, em Aracaju.

Muitas pessoas participaram e acompanharam o trabalho deste ministério... Hoje o grupo se lança em uma nova jornada, sem a presença de algumas maravilhosas vozes que fizeram parte desta história, porém com a alegria e o privilégio de ter em sua atual composição a segunda geração de cantores, seus filhos, iniciados na missão para que, no futuro, possam dar continuidade a obra que um dia foi prometida a Deus que só terminaria no Céu.

A página mais recente da história deste grupo foi a celebração de trinta anos de trabalho. Para tanto, o Órion gravou um CD comemorativo, com o intuito de continuar propagando o nome de Cristo e, de modo muito particular e especial colaborar com a conclusão da construção do novo templo da Igreja Adventista Central de Aracaju.

O Grupo Órion deseja que bênçãos especiais possam recair dos Céus a todos aqueles que acolherem este CD como uma obra de fé, louvor e agradecimento por toda esta trajetória de uma história de trinta anos de vitórias, adversidades, lutas e milagres vividos e por tudo que ainda tem a enfrentar.