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Biografia de Jamie Cullum

Seu carisma e desenvoltura no palco são surpreendentes. Suas apresentações ao vivo têm um toque performático, com Cullum batucando e martelando o seu piano, dando um ar arrojado e rebelde ao seu show. Seu disco Twentysomenthing vendeu mais de 2 milhões de cópias no mundo inteiro, tornando-se um dos álbuns de estréia mais bem sucedidos da história do gênero. No Brasil ele também é sucesso, e uma de suas canções, ´Mind Trick´, estava na trilha sonora da novela ´Belíssima´.

Nascido em Essex e criado em Wiltshire (Inglaterra), Cullum sempre foi obcecado desde a infância por todos os estilos de música, mas descobriu o jazz durante a adolescência e ficou fascinado na primeira vez que ouviu Miles Davis. Quando foi para a faculdade, Jamie trabalhava como cantor-pianista em pubs, hotéis, cruzeiros marítimos, e em qualquer outro lugar onde fosse contratado. Com um empréstimo estudantil, gravou seu primeiro álbum, que ele mesmo vendia nos locais onde se apresentava.

Jamie mudou-se para Londres e a Candid, um selo especializado em jazz, lançou seu segundo álbum, Pointless Nostalgic, agitando os círculos de jazz londrinos. Jamie seguia fazendo shows em todos os lugares possíveis até que a Universal Classics and Jazz foi conferir a movimentação em torno de seu nome. Pouco depois, assinou com Jamie um contrato de um milhão de libras, em abril de 2003.

Mesmo assim, ninguém poderia ter previsto que Twentysomething, (lançado em outubro de 2003) chegaria tão longe. Derrubando as barreiras entre o pop e o jazz, o álbum misturou arranjos tipicamente jazzísticos com algumas composições de Jamie, além de surpreendentes releituras para Jimi Hendrix e Jeff Buckley. Em poucos meses, dois milhões e meio de discos haviam sido vendidos, fazendo de Twentysomething o álbum de jazz que vendeu mais rapidamente na história da Grã-Bretanha, além de fazer o próprio Jamie o cantor de jazz mais vendido no reino.

Logo depois vieram os Estados Unidos. Jamie tocou por três semanas em um famoso local tradicional de jazz em Nova York e saiu numa turnê de seis semanas pelo país. Tocou em faculdades, auditórios pequenos e clubes de rock, de Nashville ao Canadá . Na Grã-Bretanha, três turnês de Jamie com lotação esgotada foram assunto do programa ´The South Bank Show´, em rede nacional. Ainda tocou no Glastonbury Festival, coisa que há muito desejava.

Jamie esperava mesmo que esta platéia fosse notá-lo, mesmo que nunca tivessem ouvido jazz. ´Me surpreendi com a maneira pela qual as pessoas abraçaram o jazz. Sempre tive a intenção de apresentá-lo e produzi-lo de modo a cativá-los´, explica. ´O que eu gosto de fazer em música é misturar estilos e, felizmente, eu os combino com estilos que soam familiar às pessoas. Eu adoro música pop, então misturo jazz e música pop. Não para torná-la mais acessível, mas porque eu gosto de música. Acho que lido com ela de um jeito que as pessoas acham mais interessante.´

Uma das melhores conseqüências do sucesso foi a chance que Jamie teve de conhecer seus ídolos. De ícones do jazz como Dave Brubeck a Thom Yorke. Um destaque em particular foi conhecer o mega-produtor Pharrell Williams no show do The Brits.

O novo álbum de Jamie, Catching Tales, é um disco de tirar o fôlego, que mostra a segurança conquistada nos últimos tempos. ´O álbum representa melhor o que sou e o que quero como músico´, diz Jamie. ´Queria que a música falasse por si dessa vez, em vez de ter que explicá-la. Essa mistura do jazz com o pop parece que vai progredir bem. Quando era mais jovem, fazia isso tocando músicas melosas com guitarra acústica. Agora, aprendi a integrar melhor isso´, reflete Jamie. ´No começo, achei que certas músicas não cabiam no formato jazzy, mas depois percebi que sim. Reafirmo minha crença de que o jazz dá a base para você fazer o que quiser. As pessoas me perguntam por que toco jazz: é porque podemos combiná-lo com diferentes elementos. Ele aceita a dance music, o rock, música pop, a clássica, funk, tudo. E eu mexo com tudo isso nesse disco.´

Junto com a cover da música ´Catch The Sun´ dos Doves, Jamie combina várias músicas tradicionais do jazz com canções escritas por ele. ´Compus mais desta vez porque tinha tempo e a platéia que queria´, pondera ele. ´Também cantei músicas tradicionais, mas quando fiz Twentysomething, pouca gente fazia isso. ´

Desta vez, Cullum estreou também novas parcerias. Na faixa ´Get Your Way´, trabalhou com o famoso DJ de hip-hop Dan The Automator, do grupo Gorillaz. Já Ben, seu irmão, tocou baixo elétrico em muitas das faixas e colaborou muito com o seu bom-senso durante as gravações. ´Ele é o melhor diapasão que há´, confirma Jamie. ´Eu levantava de manhã, ia para o meu estúdio, sentava lá ainda com a roupa de dormir e passava toda a tarde lá. Aí ele chegava, me mandava trocar de roupa, fazia um chá, deitava no chão para ouvir o que eu tinha feito e me dava sua opinião sincera. Esse disco não existiria sem ele.´

Além disso, Catching Tales apresenta o cantor/compositor Ed Harcourt, que colaborou numa das faixas prediletas de Jamie, ´Back To The Ground´. ´É uma música típica de turnê que fala sobre voltar pra casa e se readaptar à vida´, recorda Jamie. ´Enxugamos, literalmente, uma garrafa de vinho enquanto tocamos esse blues. Ele foi uma inspiração tão grande que esse impacto perdurou muito além daquela música. Quero, com certeza, continuar trabalhando com ele.´

Movido pelo grande entusiasmo de Jamie de começar de novo, Catching Tales marca o fim de dois anos malucos e o começo de um novo capítulo da extraordinária vida de Jamie Cullum.´É um grande salto e uma grande evolução em muitos sentidos´, pondera ele. ´Cresci muito e acho que há um elo com o passado, assim como há um novo lado meu nesse disco. É uma mistura de todas essas coisas e um resumo verdadeiro do que eu sou. Não penso em números ou nas vendas mais do que pensei nos outros, só quero a chance de mostra o disco para as pessoas. Sinto tanto orgulho dele! Preciso apenas disso, agora.´