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Biografia de João Ferreira Rosa

João Ferreira-Rosa nasceu em Lisboa, no dia 16 de fevereiro de 1937. João é um fadista português. Um dos maiores expoentes do fado tradicional e lusitano ainda vivos. Monárquico e tradicionalista, seus fados falam essencialmente, mas não exclusivamente, da nostalgia dos tempos perdidos, de um Portugal já perdido e esquecido, das touradas e da tradição.

O seu fado mais conhecido será, sem sombra de duvida, o Fado do Embuçado. Composição singular com música do Fado Tradição da cantadeira Alcídia Rodrigues e letra de Gabriel de Oliveira, que é incontornável em qualquer noite ou tertúlia fadista.

O tema mais uma vez é o tempo de antigamente e uma curiosa história de um "embuçado" (disfarçado com capote) que todas as noites ia ouvir cantar fados, tendo um dia sido desafiado a revelar-se, eis que se descobre que o embuçado era o Rei de Portugal que após o beija-mão real cantou o fado entre o povo.

Em 1965 adquire um espaço, no Beco dos Cortumes, em Alfama, a que chamou a Taverna do Embuçado, que abrindo no ano seguinte, viria a marcar toda uma era do Fado ao longo dos 20 anos que se seguiram, até que Ferreira Rosa deixa a gestão nos anos 80. O espaço, contudo, ainda hoje existe.

Nos anos 60 adquire ainda o Palácio Pintéus, no concelho de Loures, que estava praticamente em ruínas e destinado a converter-se num complexo de prédios. Ferreira Rosa recupera o Palácio lutando contra diversos obstáculos burocráticos e administrativos que lhe foram sendo colocados.

Nas palavras de João Ferreira-Rosa o Instituto Português do Patrimônio Arquitectônico (Ippar) "estragou-lhe" os últimos 30 anos dos 70 que já leva de vida. Abriu o Palácio Pintéus as suas portas ao Público em 2007 e lá se realizam diversos eventos ligados ao fado.

É dentro das paredes do Palácio Pintéus que é gravada, em 1996, o 2ª disco de um dos seus mais sublimes trabalhos, "Ontem e Hoje". Ferreira-Rosa (tal como Alfredo Marceneiro, de resto) tem uma certa aversão a estúdios de gravação e à comercialização do fado, preferindo cantar o fado entre amigos, como refere nos versos do Fado Alcochete.

Nutre uma especial paixão por Alcochete onde tem vivido nos últimos anos. A esta vila escreveu o fado Alcochete, que costuma cantar no Fado da Balada de Alfredo Marceneiro. Entre 2001 e 2003 amigos e seguidores tiveram ainda a oportunidade de o ouvir regularmente em ciclos de espectáculos organizados no Wonder Bar do Casino do Estoril.