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Biografia de João Petra De Barros

João Petra de Barros
23/6/1914 Rio de Janeiro, RJ
11/1/1948 Rio de Janeiro, RJ

Irmão de Mário Petra de Barros, também cantor. Teve a carreira interrompida por um acidente, perdendo uma perna. Suicidou-se pouco tempo depois, aos 32 anos de idade.

Começou cantando, no início dos anos de 1930, no Programa Casé, na Rádio Philips. Em pouco tempo, conquistou fama por ter um timbre parecido com o de Francisco Alves, grande ídolo do rádio na época. Passou a ser chamado de "a voz de 18 quilates". Era figura constante em rodas de samba, juntamente com Noel Rosa, Luís Barbosa e Custódio Mesquita. Com eles e outros personagens de nossa música popular brasileira, entre os quais, Chico Alves, Paulo E Luís Barbosa, Benedito Lacerda, Lamartine Babo e outros, freqüentava o famoso Café da uma hora, situado no nº 476 da Rua São Francisco Xavier, zona norte do Rio de Janeiro.

Em 1933, lançou seu primeiro disco, pela Odeon, interpretando o samba "Até amanhã", de Noel Rosa. Logo na estréia, alcançou grande sucesso no carnaval. No mesmo ano, com acompanhamento da Orquestra Copacabana gravou de Ismael Silva o samba "Seja o que Deus quiser"; de André Filho a marcha "Gente danada" e de Noel Rosa e Francisco Alves o samba "Nem com uma flor" e, com Luiz Barbosa lançou o samba "Seja breve", de Noel Rosa. Também na mesma época, fez sucesso com o fox canção "Cantor de rádio", de Custódio Mesquita e Paulo Roberto. Foi um dos principais artistas do elenco da Rádio Globo. Participou, ao lado de Carmen Miranda e Custódio Mesquita, de vários programas de rádio e de teatros. Participou do recital em benefício do Sindicato Brasileiro de Artistas de Rádio, que reuniu grandes nomes do rádio, em 1934.

Seu maior sucesso foi "Feitiço da Vila", de Noel Rosa e Vadico, gravada em 1934, pela Odeon. No mesmo ano gravou de Custódio Mesquita a marcha "Lourinha", de Ismael Silva o samba "Não é tanto assim" e dois sambas de Ary Barroso: "Duro com duro" e "Sentinela alerta", o segundo, em dueto com Noel Rosa. Ainda no mesmo ano, fez sucesso com o fox trot "Ninon (Quando tu sorris)", versão de João de Barro para composição de B. Kaper e W. Jurman e com a valsa "Nestas noites de amor", de Custódio Mesquita e Orestes Barbosa. Foi o intérprete da primeira versão de "Pastorinhas", ainda com o título "Linda pequena", parceria de Noel Rosa e Braguinha, gravada pela Odeon em 1933 e lançada em 1935. Ainda em 1935, gravou com Aurora Miranda, a marcha "O tempo passa", de Custódio Mesquita e Paulo Orlando e o samba "De madrugada", de Vicente Paiva e Haroldo Barbosa.

Em 1940 gravou a marcha "Olha ela" de Russo do Pandeiro e Peterpan e o samba "Em cima da hora", de Russo do Pandeiro e Valfrido Silva. No ano seguinte, lançou os sambas "Ai, ai, ai", de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira e "Mal-agradecida", de Ataulfo Alves e Jardel Noronha. Em 1942 fez sucesso com o fox "Mais um minuto apenas", de Newton Teixeira e Mário Lago.

Em 1946 gravou seu último disco, interpretando de Pedro Caetano e Geraldo Costa o samba "Dorme meu amor" e o samba tango "Já sou feliz". Fez também sucesso com a canção "Última inspiração", de Peterpan, gravada pela RCA Victor, com a marcha "Professora de saudade", de André Filho e Prestes Barbosa, o samba "Foi no teu olhar", de André Filho e o fox "O que o teu piano revelar", de Custódio Mesquita e Orestes Barbosa. Ao longo de sua curta carreira, gravou 48 discos, com 94 músicas ao todo.