O sorriso largo de Mariana Figueiredo Pereira já entrega de cara as origens da paulista de 24 anos. Filha da cantora Fafá de Belém e do saxofonista Raul Mascarenhas, Mariana sempre tentou não ser associada ao nome da mãe: “Quero brilhar por mérito próprio, sem receber ajuda por ser filha dela. Quero que as pessoas gostem de mim independentemente de eu ser filha de quem sou”, diz a determinada pisciana. O desejo de cortar o cordão umbilical musical é tanto, que Mariana se inscreveu no FAMA escondida da mãe, pois não queria que Fafá, interferisse de alguma forma no processo de seleção.
Quando Fafá de Belém soube que a filha havia sido selecionada para participar do FAMA ficou preocupada, mas, no final, acabou chorando de emoção: “Ela disse que eu era maluca, que eu ia sofrer uma cobrança muito grande”, diz Mariana Pereira, que tem consciência que as comparações com Fafá de Belém vão acontecer. “É inevitável, até porque somos do mesmo sexo e eu sou muito parecida com ela. Desde nova eu sabia que eu ia sofrer com isso”, admite. Mas ela salienta que sua voz e estilo são diferentes dos da sua mãe. A diferença pode ser conferida no disco “Piano e voz” de Fafá, lançado em 2002. Na faixa “Jardins proibidos”, mãe e filha terçam vozes.
Mariana conquistou a independência cedo. Mora sozinha em São Paulo desde os 20 anos. Prestou vestibular para comunicação social, mas cursou apenas seis meses. Sem saber o que queria da vida, pegou a mochila e partiu para o Europa. Lá, descobriu o que realmente queria fazer: ser cantora. Morou em diversos países, estudou canto lírico na Itália e trabalhou como garçonete e bartender para pagar as contas. Voltou da Europa já pensando em ir para Seattle, nos EUA, por ser a cidade em que nasceu o movimento grunge, Jimi Hendrix e Nirvana. Nos Estados Unidos, estudou canto clássico.
De volta a São Paulo em 2002, entrou para a banda country Red Fox e fez diversos trabalhos: gravou uma versão eletrônica para o tema de abertura da novela “Marron glacé”, de 1979 e cantou nos programas “Domingão do Faustão e “Jovens tardes”, da Rede Globo. E seguiu com o estudo de canto. Mariana Pereira leva para a Academia a saudade do namorado, advogado em São Paulo e de Fafá.
