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Biografia de Marlene Pastro

Marlene Pastro Hülsberg - Natural de Porto Alegre, cantora, compositora e instrumentista, com mais de 80 obras registradas, universalizou a música riograndense com a "MISSA NATIVA", escrita com seu marido, o maestro alemão Alfred Hüsberg.

Responsável pela fusão musical do regionalismo com o erudito, foi a 1ª cantora nativista a apresentar-se com Orquestra Sinfônica (OSPA).
Ao compor com Alcy Cheulche as músicas "Meus Sete Filhos Varões" e "Anita Garibaldi" em 1985, resgatou no palco a Memória das Mulheres Farrapas e da
"Heroína dos dois Mundos".

Em fevereiro de 2009, venceu com o 1º lugar o tema "Lei Maria da Penha", a 1ª edição do "RS Mulher em Canto (realizado em IMBÉ/RS pela Coordenadoria Estadual da Mulher) com a música "Grito de Maria", em parceria com Vera Lúcia Pastro e o consagrado folclorista Antônio Augusto Fagundes. Marlene Capra Pastro tem puro sangue gringo nas veias. O seu bisavô Pastro foi herói na Itália, celebrado em versos e canções.

Ela nasceu em Porto Alegre de uma família numerosa, embalada desde o berço pelas canções maternas. Sua mãe, Miguelina, era uma grande cantora, especializada em música clássica, e isso foi decisivo na vida da menina Marlene, criada em bairros como Vila Nova e Ipanema na Capital gaúcha.

De forte formação religiosa, estudou dois anos em Dom Pedrito na escola Nossa Senhora do Horto e durante quatro anos em Uruguaiana, onde chegou ao noviciado - queria porque queria ser freira.

Quando decidiu que a vida no claustro não era seu futuro, voltou para Porto Alegre e logo foi morar com a avó em Taquari, cidade que, com Uruguaiana e Porto Alegre, fecha o triângulo de suas querências
emocionais.

Marlene canta desde os oito anos, quando interpretou a Ave Maria de Gounod e nunca mais parou de cantar, a rigor. Estudou letras na Universidade do Vale do Rio dos Sinos e fez licenciatura em música e canto na Faculdade Palestrina. Gravou o CD Divisor de Águas, com muito sucesso, e o CD Dadivosa Terra, com Edison Nequete, trabalho pelo qual tem especial predileção.

Ela, porém, considera seu maior êxito pessoal as duas apresentações que fez na Expo 98 em Portugal, na Casa dos Açores e no palco Promenade. Tem participado de inúmeros festivais, como a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, onde foi premiada defendendo Um Canto de Amor e Saudade, e agora está acalentando o sonho de gravar um CD só com canções dedicadas às mulheres notáveis do Rio Grande do Sul.

Agora, o grande sonho da Marlene mesmo é resgatar a imensa obra, com muitas páginas inéditas, do grande compositor que foi Alfred Hülsberg. E há de consegui-lo, porque essa mulher gaúcha é movida pela paixão. Quando se lança a uma missão, ela é dínamo vivo. Quando se posta no palco, imponente, com aquela voz que parece solista do coro celestial, impõe-se. É Anita Garibaldi cantando em italiano o seu amor pelo o guerreiro de dois mundos.

É Florisbela Boca-Negra resgatando o desesperado heroísmo da mulher-soldado esquecida pelo exército brasileiro na guerra do Paraguai. É a mulher heroína e mártir do marinheiro Tobias dos Santos. É a mãe dos sete filhos varões de Gomes Jardim.

Às vezes parece arredia, não se dá às amizades fáceis, mas os seus grandes olhos luminosos escondem um fogo que irradia apenas para um círculo escolhido de amigos e amigas especiais. Agora, Marlene Pastro está de volta. Ciumenta da sua dor, não é fácil abrir as defesas que ergueu em torno de sua solidão. Se não se abre facilmente às pessoas, abre-se para o público dos festivais e do programa Galpão Crioulo, onde é sempre recebida com o carinho, o respeito e a reverência que uma estrela merece.

Casada com o grande maestro Alfred Hülsberg, nascido na Alemanha e aquerenciado no Rio Grande do Sul, cujas tradições amava com paixão, Marlene Pastro cuidou com carinho de esposa, filha, irmã e enfermeira do grande homem em seus últimos 25 anos de vida do marido. Compositora emérita, cantora de sucesso Marlene abriu mão nesses últimos 25 anos de uma carreira vitoriosa para se dedicar ao que ela julgava ser sua grande missão.