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Biografia de Olivinha Carvalho

Olivia Corvacho Carvalho
30/3/1930 Rio de Janeiro, RJ

Criada em família de artistas, o pai, Antônio de Carvalho, foi cantor de Rádio, embora de curta carreira, a mãe, D. Zulmira, foi rádio-atriz. A irmã, Idalina, chegou a iniciar a carreira de cantora, mas logo abandonou.

Começou a carreira artística aos cinco anos de idade, apresentando-se no Programa Heraldo Português, na Rádio Cajuti, no Rio de Janeiro. Em 1936, fez apresentações em São Paulo, cantando na Rádio Cosmos e no Teatro Boavista.

Estreou em discos em 1940 quando, convidada pelo compositor Braguinha, gravou na Columbia duas composições da dupla Antonio Russo e Américo Morais, o vira "Folhas ao vento", e o fado "Evocação". Em 1947, atuou nos filmes "Esta é fina" e "Fogo na canjica", ambos dirigidos por Luiz de Barros. Somente voltou a gravar oito anos depois de ter lançado o primeiro disco, quando foi contratada pela gravadora Star, lançando, em 1948, a marcha "O grande sultão", de Rui de Almeida e Delamare, e o samba "Enquanto a saudade não passa", de Aníbal Silva. Em 1949, passou a definir mais seu repertório, em direção à música portuguesa, gravando, então, os fados "Juramento" e "Quanta saudade", ambos de Antônio Ferreira e Armando Nunes. No mesmo ano, atuou no filme "Eu quero é movimento", dirigido por Luiz de Barros.

Em 1950, com acompanhamento de Gustavo de Carvalho e sua orquestra, gravou os fados "Ai, Mouraria", de Frederico Valério e Amadeu do Vale, que seria seu maior sucesso, e "Tudo isto é fado", de Aníbal Nazareth e Fernando Carvalho. Em 1951, gravou o samba "18 anos", de Oscar Bellandi e Mariano Filho, e a marcha "Mamãe Eva", de Osvaldo Loreti e Mary Monteiro. No mesmo ano, gravou, pelo selo Carnaval, a marcha "A baratinha do papai", de Américo Pastor e Carlos Correia, e o samba "Um grande amor", de Joubert de Carvalho. Ainda no mesmo ano, recebendo convite de Victor Costa, foi contratada pela Rádio Nacional, onde permaneceu por 20 anos. Em 1952, gravou o bolero "Coimbra", de José Galhardo e Raul Ferrão, e a rumba "Vou fugir para Cuba", de Saint-Clair Sena. Em 1953, gravou a marcha "Dança chinesa", de Nestor de Holanda e Haroldo Lobo, e o samba "Adeus, adeus", de Airton Amorim e Monsueto Meneses. No mesmo ano, registrou os sambas-canção "É preciso esquecer", de Fernando Lobo, e "Tratado de amor", de Paulo Marquez e Ailce Chaves; a marcha "Uma casa portuguesa", de Reinaldo Ferreira, Vasco M. Siqueira e Artur Fonseca, também de grande sucesso, e o fado-fox "Mariana", de Fernando de Carvalho e Francisco Ribeiro. Em 1954, gravou o fado "A Rosinha dos limões", de Alberto Ribeiro; o fado-marcha "Minha morada", de Vicente Amar; o fado-fox "Adeus!", de Raul Ferrão e José Galhardo; o slow "Cartas de amor", de Alves Coelho Filho; a marcha "Pode ser mentira", de Joaquim Frederico de Brito, e o bailinho "A fonte das sete bicas", de Artur Ribeiro. Em 1955, lançou a marcha "Lisboa", de R. Portela, R. Galhardo e A. do Vale; os fados "Foi deus", de Alberto Janes, e "Quis Deus que eu fosse fadista", de Frederico Valério e Amadeu do Vale, e o samba-choro "Grão de arroz", de Belo Marques. Em 1956, gravou o baião "Lavadeiras de Portugal", de A. Poppe, R. Lucchesi e Joubert de Carvalho; os fados "Aquela rua", de Djama Santos e Linhares Barbosa; "Ai! Mouraria", de Frederico Valério e Amadeu do Vale, e "Tudo isto é fado", de Aníbal Nazareth e Fernando de Carvalho; a canção "Canção do mar", de Ferrer Trindade e Frederico de Brito, e a marchinha "Aldeia da Pedra Branca", de Raul Portela, Chianca de Garcia e Ramada Curta. Nesse ano, teve editada em série internacional da gravadora Copacabana o dobrado "Presidente Craveiro Lopes", de Vicente Paiva, e a marcha "Bem-vindo seja", de Miguel Gustavo, ambas em homenagem à visita ao Brasil do Presidente de Portugal Craveiro Lopes. Nesse ano, a "Canção do mar", de Ferrer Trindade e Frederico de Brito, foi incluída no LP "Músicas de filmes - Número 1", da Copacabana. Em 1957, gravou o samba "Eu queria", de Mirabeau, Airton Amorim e Don Madrid, e as marchas "Dinheiro de borracha", de Valdir Machado, Djalma Machado e Antônio Nunes; "Sou vascaína", de Renê Bittencourt, e "Alfama", de Carlos Dias e Amadeu do Vale. Também em 1957, lançou o LP "Portugal canta na voz de Olivinha Carvalho", no qual interpretou os fados "Aquela rua", de Djama Santos e Linhares Barbosa; "Quis Deus que eu fosse fadista", de Frederico Valério e Amadeu do Vale, e "Que Deus me perdoe", de Frederico Valério e Silva Tavares; a "Canção do amor", de Ferrer Trindade e Frederico de Brito; o bailinho "A fonte das sete bicas", de Artur Ribeiro; o bolero "Doido sim, mas não louco", de Alves Coelho Filho; o cha´-chá-chá "Chá-chá-chá em Lisboa", de Ferrer Trindade e Artur Ribeiro, e o fado-corrido "Barrete verde", de Ferrer Trindade e Frederico Brito. Também no mesmo ano, sua interpretação para a marcha "Dinheiro de borracha", de Valdir Machado, Djalma Machado e Antônio Nunes, foi incluída na coletânea "Carnaval de 1957 - Nº 2", da gravadora Copacabana. Em 1958, lançou os fados-sambas "Lar português", de Jaime Santos e Maria Neilson, e "O fado é bom pra xuxu", de Frederico Valério e Amadeu do Vale. No mesmo ano, lançou o LP "Recordando Portugal", que incluiu os fados "Lar português"; "Estrela da minha vida"; "Nem as paredes confesso"; "Não sei porque te foste embora"; "Perseguição"; "Segue teu caminho"; "O fado é bom pra xuxu"; "Madragoa"; "Deixa falar o mundo"; "Fado Lisboa"; "O fado de cada um" e Ai se os meus olhos falassem".

Na década de 1960, apresentou um programa semanal de televisão. Entre 1960 e 1961, lançou o LP "Isso é Portugal", no qual cantou "Canto o fado", de João Nobre; "Juramento", de Antonio Ferreira e Armando Nunes; "Longe da vista", "Sete saias", e "Tu não mereces", de Artur Ribeiro; "Lisboa à noite", de Carlos Dias e Fernando Santos; "Marcha da rua", de Raul Ferrão e José Galhardo; "Lugar vazio, de Fernando Farinha; "Festões", de Carlos Dias e Amadeu do Vale; "Marcha da Alfama", de Frederico Valério e Amadeu do Vale; "Fado estilizado", de Saul de Almeida e Antônio Rodrigues, e o tema tradicional "O mar enrola na areia". Em 1962, registrou pela gravadora pernambucana Mocambo, os fados "Saudade vai-te embora", de Júlio de Souza, e "Bailinho de Benavente", de Frederico Valério; o fado-marcha "Isto é Lisboa", de Manoel Paixão e Eduardo Damas, e a marcha "Lisboa", de Frederico Valério.

Em 1971, o selo Tropicana/CBS relançou o LP "Isso é Portugal", com o título de "Lembranças de Portugal". Embora carioca de nascença, destacou-se como cantora de músicas portuguesas, muito embora, também tenha gravado marchas e sambas.