Retomar a tradição das rodas à sombra das famosas tamarineiras, perpetuando o legado que deixaram sambistas da década de 1980. Essa responsabilidade está nas mãos e vozes habilidosas da nova geração do Cacique de Ramos que, apadrinhada por Bira Presidente, do Fundo de Quintal, vem atraindo para o terreiro da Rua Uranos, todos os domingos, gente de várias regiões do Rio e turistas de passagem pela cidade.
Tudo começou há 44 anos, quando foi fundado o bloco carnavalesco Cacique de Ramos, que revolucionou o samba ao introduzir ao ritmo instrumentos que antes não eram utilizados nas rodas.
A combinação entre banjo, tantã e repique de mão, este criado por Ubirany, do Fundo de Quintal, logo conquistou a madrinha Beth Carvalho e influenciou toda uma geração de sambistas, entre eles Almir Guineto, Neoci, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sombrinha e o próprio grupo Fundo de Quintal.
Repertório Sob esta mesma influência, o Partideiros do Cacique comemora o sucesso ao som de muito samba de raiz e partido alto. O repertório inclui composições imortalizadas por Pixinguinha, Almir Guineto, Cartola, Dona Yvone Lara, Candeia, Aniceto, Monarco & Ratinho, Neoci, Wilson Moreira e Ney Lopes, entre outros compositores, sambistas e partideiros que influenciaram os integrantes do grupo: Banana, Carlinhos Tchatchatcha, Marcinho do Pandeiro, Marcio Vanderlei, Bruno Sales e Marcos Leandro.
Com esse histórico, aliado à trajetória pessoal e ao entrosamento dos integrantes, o Partideiros do Cacique já colhe os frutos de tamanha devoção ao samba.
No início de 2003, os sambistas do Fundo de Quintal convocaram o grupo para acompanhar os compositores que apresentaram suas músicas para o repertório do disco “Festa pra Comunidade”.
Em setembro do mesmo ano, foi a vez de dividir o palco do Teatro João Caetano com o cantor e compositor Sombrinha, num show do projeto da Funarj “Chorando e Sambando”, que rendeu ao Partideiros do Cacique o prêmio de revelação do ano.
Em 2004 o Grupo Fundo de Quintal gravou seu primeiro DVD, “Fundo de Quintal ao Vivo Convida”, que contou com a participação do Grupo Partideiros do Cacique. Em novembro daquele ano o Partideiros do Cacique participou do Projeto “Raça Brasileira” - edição comemorativa do projeto da Som Livre criado 20 anos antes e que lançou Jovelina Pérola Negra, Mauro Diniz e Zeca Pagodinho.
Além de receber pela segunda vez consecutiva o prêmio revelação do ano do projeto “Chorando e Sambando”, o grupo participou da programação de shows do Reveillon 2004 da cidade do Rio de Janeiro.
Em comemoração ao dia Nacional do Samba de 2005, 2 de dezembro, o samba subiu, pela primeira vez, ao palco do Theatro Municipal da cidade do Rio de Janeiro. Comandado por Beth Carvalho, o show teve a participação de bambas como Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombrinha, Fundo de Quintal, Luis Carlos da Vila, Dudu Nobre, Diogo Nogueira e a nova geração do samba do Cacique de Ramos, o Grupo Partideiros do Cacique.
Ainda em 2005, o grupo recebeu, no Programa Rádio Nacional do Samba, o prêmio Resistência pela continuidade da roda de samba do Cacique de Ramos.