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Biografia de Pestilence

Pestilence é uma banda de death metal / thrash metal dos Países Baixos.

A holandesa Pestilence é geralmente tida como uma das líderes da cena death metal do final dos anos 80/início dos anos 90, seguindo de perto o Death como inovadores do gênero. Combinando elementos do Slayer, Celtic Frost, Venom e Possessed, o Pestilence foi um grupo subestimado e de vida curta que, junto com companheiros como Sepultura, Atheist e Morbid Angel, ajudou a expandir e redefinir o significado do death metal.

Originalmente consistindo do baterista Marco Foddis, do baixista/vocalista Martin Van Drunen, e dos guitarristas Patrick Mameli e Randy Meinhard o Pestilence se formou no meio dos anos 80, e deram partida com duas demos excessivamente cruas e com qualidade de garagem, “Infected” (três músicas, 1986) e “Dysentery” (quatro músicas, 1987). A combinação promissora e com influências de Slayer, tempos dobrados alternantes, trabalho preciso de guitarra e temas apropriadamente mórbidos atraíram a atenção da Roadrunner Records, que assinou com a banda e lançou sua primeira gravação full-lenght, “Malleus Maleficarum”, em 1988. Enquanto o álbum era essencialmente uma versão menos refinada porém mais feia do thrash metal alemão ou Bay Area - definida pelos gritos rápidos e roucos de van Drunen - não foi antes do “Consuming Impulse” de 1989 que o Pestilence encontrou seu nicho criativo. Com Meinhard fora, trocado pelo seis-cordas Patrick Uterwijk, a dinâmica incrementalmente impressionante da composição ficou mais firme e mais focada; enquanto as mudanças rápidas e precisas de tempo da banda e seu trabalho de guitarra ágil, com som bem macabro e de tonalidade baixa ajudou a pavimentar seu caminho para as regiões inferiores do death metal, foi o rugido recentememnte melhorado, demente e parecido com uma traqueostomia de van Drunen que tornou o cru e altamente divertido álbum um clássico dos melhores. (Van Drunen iria depois admitir que sua porca execução no baixo resultou em Mameli gravar todas as linhas de baixo no Consuming Impulse, apesar das notas de rodapé do álbum dizerem o contrário).

Entretanto, tensões crescentes internas na banda fizeram com que van Drunen partisse do Pestilence antes da gravação do “Testimony of the Ancients” de 1991, sendo que van Drunen não gostava das inclinações mais progressivas de Mameli e Uterwijk (van Drunen então liderou a banda holandesa Asphyx durante três gravações, “The Rack” de 1991, o EP “Crush the Cenotaph” de 1992, e “Last One on Earth”, de 1993, e também proveu vocais para o álbum “Converging Conspiracies” (1993), do Comecon; ele também liderou os experts do death-grind Bolt Thrower por um curto período em meados dos anos 90, apesar de nunca ter contribuído em nenhum dos álbuns do grupo antes que a doença o tirasse do negócio da música). Mameli tomou as obrigações de vocalista no “Testimony Of The Ancients” - produzido, notavelmente, pelo famoso produtor de death metal da Flórida Scott Burns - e o grupo recrutou o altamente habilidoso baixista Tony Choy do grupo de prog-death da Flórida, Cynic (ele também preencheu a vaga de baixista para os amigos da Flórida Atheist por um tempo) para a gravação do álbum e para a turnê subseqüente. Um álbum com conceito maduro, “Testimony” era um produto mais técnico e intelectual que seu predecessor, e continha a musicalidade da banda e valores de produção mais refinados até agora.

Cansados dos estilos guturais e sanguinários da cena cada vez mais estagnada do death metal, Mameli, Uterwijk e Foddis - que não hesitava em declarar seu interesse crescente no jazz fusion - lançaram uma criação reacionária e inflexivelmente ímpar com o álbum número quatro, “Spheres”, de 1993, que contava com o novo baixista Jeroen Paul Thesseling. Procurando um produtor atípico para o gênero, o grupo localizou Steve Fontano, que dirigia o board para o material solo jazz/new age do guitarrista do Cacophany/Megadeth, Marty Friedman, para co-produzir o álbum. Ostentando arranjos cada vez mais estranhos; estruturas rítmicas de jazz e díspares; e uma abundância de texturas sintetizadas de guitarra de Mameli e Uterwijk, “Spheres” abandonou a maioria da base de fãs do Pestilence, e alienou o grupo de seu selo, que não gostou do álbum declaradamente e fortemente.

Esgotados com a atmosfera de mente fechada da cena e da indústria em geral, Mameli desmontou o Pestilence logo após o lançamento de “Spheres”. A Roadrunner iria postumamente lançar o “Mind Reflections” em 1994; essencialmente uma caça-níquel de gravadora, o álbum foi uma compilação best-of contendo faixas de todos os quatro discos do Pestilence, uma música rara de compilação (“Hatred Within”) e seis faixas ao vivo nunca lançadas gravadas no Dynamo Open Air Festival na Holanda, em 1992. O selo holandês Displeased Records relançou mais tarde o “Malleus Maleficarum” (que nunca teve um lançamento apropriado na Europa) em 1998 com trechos das demos “Infected” e “Dysentery” como faixas bônus.