Mulher no rock and roll é sempre uma boa notícia. Afinal, falamos de um terreno ainda machista e arenoso para as meninas. Sabrina Sanm é uma voz feminina que fala tão alto quanto as guitarras de sua música. Música essa que joga para escanteio qualquer desconfiança quanto ao seu talento nesse campo cheio de armadilhas para o sexo feminino. O olhar pode até ser roubado pela sua beleza, mas os ouvidos são capturados pelo rock de gente grande que vem dessa moça-fetiche. “Sigo as forças de um temporal/ Me deixei levar nesse vendaval/ E mesmo que o sol me leve até outro lugar/ Eu não vou parar.” Assim dizem os versos finais da "Não vou parar" faixa 3 de seu homônimo disco, entende o recado quem quiser e for esperto. A bela canção “Esse é o preço”, faixa 5 do mesmo álbum, arremata: “Eu tenho muito a dizer agora”.
Falar de influências sempre situa quem está chegando e os nomes: Alanis Morrisette, Nirvana, Green Day, Living Colour, No Doubt e Foo Fighters ajudam a dar pistas da praia da Sanm, assim como saber que ela já fez parte de uma banda de heavy metal quando tinha 13 anos, mas não resumem a marca autoral que está presente no seu disco de estréia. A produção que ficou nas mãos de Renato Pagliacci e a co-produção da própria Sabrina Sanm sublinham a marca e realçam o punch das composições.
Personalidade, charme e atitude: assim poderíamos explicar o rock and roll para um extra terrestre que chegasse agora na Terra. Assim também poderíamos explicar Sabrina Sanm, caso tivéssemos que resumi-la numa frase.
