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Biografia de Silvio César

Conheça um pouco da história desse mineiro que veio tentar a sorte no Rio de Janeiro e mudou o seu destino. Seu sonho de menino pobre era, como todo mundo, ser jogador de futebol, ou cantor, mas para " garantir o futuro", estudava na Faculdade Nacional de Direito onde se formou em 1964, justamente num momento em que todas as leis do país foram atingidas pela ditadura militar. A música que aprendera a amar desde cedo com a família, abriu-lhe um novo caminho profissional.

Em 1959/60 já cantava na noite carioca. Em 1961/2 nos bailes da vida, com a orquestra de Waldemar Spilman e, depois, no conjunto de Ed Lincoln, com quem inicia uma brilhante trajetória de compositor em músicas como: "Nunca mais", "Olhou pra mim", "É o Cide", por exemplo. No mesmo ano, Ed Lincoln produz o primeiro disco de Silvio: "AMOR DEMAIS", na Musidisc, onde aparecem os sucessos: "O que eu gosto de você", "Conselho a quem quiser voltar", "Preciso dar um jeito", "Eu te agradeço", entre outros.

Depois de dois LPs na Musidisc, vai para a Odeon onde fica por 12 anos, lançando, entre muitas, a canção "Pra você", de sua autoria, gravada em 1965 e que permanece até hoje como um hino ao amor e à esperança. A televisão, em ascenção no Brasil, nos anos 60, teve grande influência na carreira de Silvio, incentivando-o a tomar aulas de dança e expressão corporal, para poder participar da programação musical das emissoras, influenciadas, na época, pelos musicais de Hollywood. Na TV Tupi, Silvio, entre outras coisas, comandou o programa "A Grande Parada". Da televisão ao teatro foi um pulo. Convidado por Abraham Medina e Carlos Machado faz, no Teatro República - no Rio, os musicais "Arco-Iris" e, logo após, "O teu cabelo não nega", no qual tem a honra de dividir o palco com Grande Otelo.

Com Renato Aragão e Dedé Santana Do Teatro ao Cinema, outro pulo. Produzido por Jarbas Barbosa e dirigido por Aurélio Teixeira, faz o filme " Na onda do Yê-Yê-Yê" ao lado de Renato Aragão e Dedé Santana. Além de fazer o papel principal, Silvio compôs, com Ed Lincoln, a trilha sonora do filme e o tema central " Mônica" , que logo se tornou um sucesso nacional. Silvio escreveu, ainda, as trilhas sonoras dos filmes "Essa gatinha é minha", de Jece Valadão e " Mineirinho- vivo ou morto", de Aurélio Teixeira. Neste último surgiu uma das nossas maiores atrizes de cinema: Leila Diniz. Entre 1968 e 1973 - São Paulo, TV Record. Era a época áurea dos musicais: " O Fino da Bossa", " Esta noite se Improvisa", "Show do dia 7", "Jovem guarda", etc.

A vida torna-se uma verdadeira roda-viva, com as aparições constantes na programação da Record e a participação fixa no seriado "Quartel do Barulho", com Renato Aragão e Dedé Santana e que seria o embrião do mais tarde famoso "Os Trapalhões". As viagens tornam-se frequentes. Numa dessas, Silvio vai a Acapulco representar o Brasil com a canção "Porque?"- cantada por Agnaldo Rayol - no Festival do "Ano Internacional da Comunicação", onde Pelé foi a figura central.

Com tudo isso, Silvio Cesar ainda encontra tempo e inspiração para criar algumas jóias da nossa música: " Cantiga antiga" (com Sylvan Paezzo), " Eu quero que você morra", " A minha prece de amor", "Vamos dar as mãos", "Você não "tá" com nada", " O Moço-Velho", "Maria, Maria, Maria", "O machão", "Verde e Rosa" (em homenagem à Mangueira), "Levante os olhos", "Agarre seu homem" (com Ronaldo Bôscoli)," A mais antiga profissão", e várias outras. Muitas delas foram aproveitadas em novelas de televisão, como: "Simplesmente Maria", " Bandeira 2", "Duas vidas", "Te contei?"," O Jogo da vida", "Tudo ou Nada", para citar algumas.

Ao piano o maestro Sérgio Carvalho Mas qual seria o saldo de uma carreira tão intensa e diversificada? Seria a chance histórica de ter atuado, ao lado de Darlene Glória, no musical "Alô Dolly"- de Miéle & Bôscoli, na estréia da Rede Globo? Ter participado da inauguração da TV Continental - Canal 9? Seria a emoção do Festival de Acapulco? Ou, talvez, as experiências em cinema e teatro?

Nada disso. Para Silvio Cesar o saldo de sua carreira são suas canções. E seu maior orgulho, seus intérpretes.