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Biografia de The Higher

Harem Scarem é uma banda canadense de Hard rock melódico extremamente competente. Só isso? Certamente que não. Quem tem gosto musical refinado e já ouviu algum disco da banda sabe do que estou falando. Aliás, para os fãs do estilo, essa é uma das melhores bandas da atualidade e parece não precisar fazer esforço algum para se manter neste posto.

Comandada pelo incrível vocalista Harry Hess e o virtuoso, porém de extremo bom gosto, guitarrista Pete Lesperance, a banda mantém uma carreira constante há 14 anos com 10 discos de estúdio gravados, a maioria produzida, gravada e mixada pela dupla em seus próprios estúdios. Além disso, estiveram envolvidos (produzindo, tocando e até compondo) em inúmeros projetos de outras bandas com excelente qualidade.

Formada no final dos anos 80 junto com o baixista Mike Gionet (que deixaria a banda em 1995 por razões pessoais) e o talentoso baterista-vocalista Darren Smith (que deixou a banda em 2001 para se dedicar a outros projetos), a banda estourou na cena musical em 1991 com seu primeiro álbum auto-intitulado, contendo vários hits e gerando vídeo-clips que marcou o Canadá na época. Esse primeiro disco traz a banda no formato mais comercial, mas não menos interessante, pois as canções são de extrema qualidade e bom gosto. As baladas são de suspirar.

O segundo álbum, “Mood Swings” (93) é considerado por muitos fãs o melhor disco da banda. O disco começa a mostrar um som mais pesado, mas não menos polido e performances mais marcantes. As músicas estão mais complexas e novamente (aliás, como sempre) as baladas são um espetáculo à parte.

“Voice of Reason” de 95 é o disco do tipo “não temos compromisso com gravadora”. O mais pesado álbum da banda é também o favorito dos mentores. De complicada digestão instantânea o disco precisa de longas sessões de escuta atenta para revelar seu poder de fogo. Apesar da Gibson de Lesperance (nos álbuns anteriores ele usou guitarras Ibanez) apresentar uma sonoridade notável, o som está mais introspectivo. Mas os refrões continuam matadores, permanecendo na cabeça dias após ouvi-los. Logo após as gravações deste álbum, Mike Gionet foi substituído por Barry Donaghy.

Dois anos depois, veio “Believe”, com direito a versão remixada por Kevin Elson (Mr. Big) e mostra muita maturidade. Traz elementos dos álbuns anteriores e dá avisos do que viria pela frente, além de conter músicas diferentes, com arranjos fora do contexto hard.

Uma mudança mais evidente viria no próximo disco, “Big Bang Theory”, onde a banda resolveu vestir uma roupa musical mais moderna. O disco, apesar de bastante diferente, ainda contém os elementos básicos de qualidade de composição e performance energética, mas parece ser um marco na radical mudança dos próximos trabalhos. Isso é evidenciado com a mudança de nome da banda para Rubber, e o álbum de mesmo nome (no Japão, a gravadora decidiu manter o nome original). Definitivamente, os elementos básicos do hard rock não acompanharam a banda nos dois álbuns que lançou sob essa identidade. Substituindo, apresentaram um rock moderno embalado por arranjos mais simples e refrões grudentos (não saem da cabeça). Isso custou a banda a perda de alguns fãs, mas também a aquisição de novos. O segundo disco “Ultra Feel” manteve a estrutura do primeiro e Creighton Doane assumiu a bateria.

Mas o velho e bom Harem Scarem não estava morto e em 2001 lançaram com toda força “Weight of the World”, um dos melhores discos da carreira, conseguindo mixar a pegada original com elementos legados da fase Rubber. Ficou muito bom! Isso mostrou que Rubber era ainda Harem Scarem.

Entre produções paralelas e disco solo de Harry Hess, a banda decide lançar oficialmente um material demo feito no início primordial que era disputado a grandes bagatelas na rede. O disco “The early years” mostra canções inspiradas, algumas injustamente escondidas por tanto tempo. A gravação e mixagem não está nos padrões usuais da banda mas é um belo trabalho para o começo e demonstra todo o potencial que os caras já tinham (principalmente Harry Hess, que compunha todas músicas).
O trabalho mais recente é “Higher” de 2003 e mantém o padrão de qualidade usual. Um disco “mais leve” que o anterior, mas com grande conteúdo melódico.