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Biografia de Vicente Celestino

Carioca, começou cantando para amigos e vizinhos, e aos poucos foi se tornando conhecido no bairro. Assistia às companhias líricas que se apresentavam no Rio de Janeiro e tinha Enrico Caruso entre seus grandes ídolos. Aos 20 anos estreou profissionalmente no Teatro São José, solando a valsa "Flor do Mal" (S. Coelho/ D. Correia), que fez estrondoso sucesso. Essa gravação, de 1916, foi sua primeira a vender milhares de cópias, um fenômeno para a época. Cantou na opereta "Juriti", de autoria de Chiquinha Gonzaga, e em 1920 montou sua própria companhia de operetas. Mesmo assim não abandonou o filão carnavalesco, que lhe rendeu sucessos como "Urubu Subiu", em duo com Baiano. Foi um dos pioneiros no sistema elétrico de gravação no Brasil. Lançou, por esse processo, sucessos como "Santa" (Freire Júnior) e "Noite Cheia de Estrelas" (Índio). Na década de 30 começou a revelar-se também como compositor. É de sua autoria a música que o tornou conhecido através dos tempos: "O Ébrio", que foi transformado num dos filmes de maior bilheteria do país em 1946, dirigido por sua esposa Gilda de Abreu. Também são suas as músicas "Ouvindo-te", "Coração Materno", "Patativa" e "Porta Aberta". Tendo cantado sempre no Brasil, foi ídolo de quatro gerações e cantou, sempre em seu estilo "vozeirão" de tenor, mesmo músicas mais modernas e de caráter intimista, como canções de bossa nova ("Se Todos Fossem Iguais a Você"). Em pleno tropicalismo, Caetano Veloso regravou "Coração Materno". O cantor faleceu quando seria homenageado num evento do movimento, em São Paulo.