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Curiosidades sobre Johnny Alf

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  • - Eu mesmo escrevia música. Teoria estudei uns quatro meses, sem piano, no princípio. Minha professora, sentindo que eu tinha muita inclinação, me ensinou piano de modo mais rigoroso, com ditados musicais. Quando eu resolvi ser profissional, o que aprendi valeu bastante na formação de um trio, para escrever arranjo . . .Até a profissionalização, no entanto, o surpreendente Johnny Alf levaria ainda algum tempo. O da acomodação dos sonhos e explosão de uma realidade bem pouco sonora. Johnny Alf
  • - Naquele tempo ia ganhar 3 contos por mês na Cantina. Dava para pagar aluguel e comprar alguma coisa. Em casa não tinha dinheiro. Recebia algum para ir ao cinema e só. Eles achavam que a profissão que eu tinha escolhido não era satisfatória. A princípio eu visitava a família, mas fui sentindo que, à medida que eu fazia meu nome, eles me tratavam com ressentimento ou despeito, não sei bem. Eles pensavam que eu ia dar com os burros n'água e voltar para casa. Era a oportunidade de dizerem: "E, nós avisamos . . . " Mas aconteceu o contrário, e eles foram me deixando de lado, mesmo. Foi justamente esta reação que me impulsionou ainda mais: não vou dizer que tenha sido por pirraça, mas funcionou no sentido de me levar para a frente. "Então, vamos ver quem está certo . . . " e foi assim até hoje. Johnny saiu de casa para ir morar no Rio Comprido e depois em Copacabana.
  • Embora sem sucesso, o disco e os nomes formavam um certo sentido. Garoto, Laurindo, Bonfá e mais tarde os jovens espectadores (tão jovens que tinham que se esconder no banheiro das boates quando vinha a fiscalização) Roberto Menescal, Sílvia Teles, Carlos Lyra e Ed Lincoln estavam no mesmo barco. Que também tinha os pianistas Newton Mendonça (1927-1960) - com quem Johnny se revezava na boate Mandarim, seu emprego seguinte - e Tom Jobim, este também às vezes cantor da boate Tudo Azul. Era uma corrente irresistível, que se preparava para mudar tudo.
  • - Uma das famílias tinha um menino que tocava pandeiro e uma garota que cantava. Outra tinha também um pandeirista e um rapaz que tocava piano. E lá ia o grupo, numa viagem periódica nos fins de semana, de Vila Isabel à Praça 7, no Andaraí. Uma vez chegou a cantar com a gente uma mocinha de voz muito suave, também amadora, chamada Adelina.
  • Ainda em 55, numa rápida volta ao Rio, gravou seu primeiro 78 importante: de um lado cantava e tocava Rapaz de bem, de outro, O tempo e o vento. Mas Johnny estava preferindo as noites frias de São Paulo à agitação noturna do Rio e, no fim da década de 50, passando de boate em boate, teve algumas recompensas: tocou com Elizeth Cardoso, com Booker Pitman, foi ouvido por Dizzy Gillespie, apertou a mão do pianista de Marlene Dietrich, um tal de Burt Bacharach.
  • Era um disco apenas instrumental, mas já trazia novidades. A começar pela formação do conjunto, usada no jazz, mas quase desconhecida no Brasil: Alf ao piano, Vidal no contrabaixo e o violonista e compositor Garoto (Aníbal Augusto Sardinha, 1915-1954) substituindo Laurindo de Almeida, que não pôde gravar porque ia para os Estados Unidos. As músicas: Falsete, de Johnny, e De cigarro em cigarro, de Luís Bonfá.
  • ma novo ciclo musical que falava em nagô, e era desinibido e exteriorizado em outros temas, mais alegres: Garota da minha cidade, Decisão, Eu e o crepúsculo - da trilogia iniciada em Eu e a brisa. Agora os sonhos estão desvendados. Uma volta ao estudo de música erudita, pensando em montar um musical inteiro - os sonhos se transportam e se materializam. Algumas recompensas: Oscar Peterson, pianista de jazz, assistiu a um de seus shows em São Paulo. Lalo Schifrin, o arranjador, gravou Rapaz de bem, "só instrumental".
  • Com a chegada do cantor Farnésio Dutra, o Dick Farney, e muitos discos novos - dos Estados Unidos -, o clube ganharia um nome e uma imagem. Era o Sinatra-Farney Fan Club ("fundado em 3 de fevereiro de 1949, sede à Rua Almirante Gonçalves Pereira 53, Tijuca"), com prospecto ilustrado pela foto do patrono e do fundador, em palestra animada.
  • A inspiração compensava esta época de poucos sonhos e a produtividade começava a atrair as primeiras boas oportunidades: 1) O violinista Fafá Lemos formava um conjunto para tocar na elegante boate Monte Carlo, do "rei da noite" Carlos Machado; e chamou o pianista para ganhar mais; 2) Ramalho Netto, produtor da Sinter, quis que ele gravasse um 78 rotações, o primeiro de sua carreira.
  • - Foi quando eu estudava no Pedro II, e fiquei amigo do pessoal do Instituto Brasil-Estados Unidos, curso de inglês que também ficava no centro da cidade. Já conhecia um pouco a língua e muito a música americana, por isso eles me convidaram para participar do grupo artístico do Instituto. Um dos professores, com aquela mania que eles têm de simplificar tudo, me chamava Alf, em vez de Alfredo. E numa apresentação da Rádio Ministério da Educação, no programa de jazz de Paulo Santos, uma garota americana sugeriu Johnny para completar o Alf, porque era um nome "muito popular na terra dela". Johnny Alf
  • Victor Freire, pedia sempre: toque esta, toque aquela. Fazia tal balbúrdia que eu era obrigado a tocar, não tinha saída. Com isso fui me desencabulando e um dia, em 52 ainda, Victor levou Mary Gonçalves, que tinha sido rainha do rádio aquele ano, para me ouvir. A atriz ia se lançar como cantora, com sua voz suave e interiorizada, e estava escolhendo repertório. Johnny era o compositor que ela procurava: "Estamos sós, longe de tudo/ ninguém nos vê, esqueça o mundo" (Estamos sós); "É só olhar, depois sorrir, depois gostar/ de sua boca ouvi dizer/ quero você" (O que é amar); "Escuta/ não fales mais/ouve apenas/ que convite apaixonante/ essa brisa insinuante nos faz. . . " (Escuta).
  • Na época do Sinatra-Farney, Johnny começou a prestar maior atenção a seus ouvintes. Afinal, Dick Farney não era nenhum principiante (tinha gravado a histórica Copacabana, de João de Barro e Alberto Ribeiro, em 46) e os sócios Nora Nei, Tom Jobim, Luís Bonfá, que principiavam carreira, não podiam ser chamados de pouco exigentes. De certa forma envaidecido com seu público nascente, Alfredo José - que naquela época era cabo do Exército - aos poucos começou a trocar a noite pelo dia. Ou melhor, a trocar o sono pelo sonho e pelas longas noites de piano: passou a ficar noites sem dormir.
  • Johnny Alf começou a estudar piano com Geni Bálsamo, primeiro aprendeu a tocar música erudita, mas logo se interessou pela música popular. Seus compositores favoritos eram Cole Porter, George Gershwin e Nat King Cole.
  • Os fã-clubes daquele tempo eram diferentes dos clubes de fanzocas de auditório que se seguiriam", depõe o produtor de discos Ramalho Netto em seu livro Historinha do Desafinado. "Nas reuniões, os sócios ouviam discos, analisavam orquestrações, solos. Na sede do clube, instalado modestamente num porão, cedido pela mãe de uma das sócias, havia um velho piano e remendada bateria. Ao piano Johnny Alf sentava-se freqüentemente e nos surpreendia. Eram diferentes aos nossos ouvidos suas composições. Aqueles acordes e harmonizações - sua música vinha de uma forma nova".
  • A descoberta do sol trouxe outra ainda mais importante: a de que a noite e os ambientes que freqüentava estavam entre os motivos de sua permanente depressão. Inspirado por estas novas sensações, Johnny compôs uma música a pedido de um amigo que ia casar. Ela serviria de fundo musical, mas na igreja foi recusada, "para não quebrar a praxe do cerimonial religioso". A música foi engavetada ainda sem título e sem letra.
  • O cantor, pianista e compositor Johnny Alf (80 anos)morreu no dia 04 de março de 2010. Johnny, que tratava um câncer de próstata há cerca de três anos, estava internado em estado grave no hospital Mário Covas, em Santo André/SP. Um dos precursores da bossa nova, Johnny vivia em uma casa de repouso na cidade.
  • Seu último show foi em agosto, no Teatro do Sesi, em São Paulo (2009), ao lado da cantora Alaíde Costa. De comportamento retraído e sem parentes, vivia em um asilo em Santo André, onde nos últimos três anos sofria de um câncer de próstata.
  • De malandro, porém, Johnny Alf, tímido e quase sempre triste, tinha muito pouco. No máximo era um tanto desligado com relação a contratos e oportunidades de trabalho. Em 55, quando começava a se fortalecer o grupo que dominaria a bossa nova no Rio, ele estava de malas prontas para São Paulo, sem ao menos avisar o dono da boate Plaza, onde era estrela máxima.
  • Johnny fundou, junto com amigos do Ibeu, um clube para promover intercâmbio cultural e musical entre Brasil e EUA, do qual fizeram parte também o músico João Donato e o diretor de televisão e cinema Carlos Manga.
  • 1970 - suas aparições progressivamente rarearam, embora continuasse gravando. Seu último trabalho discográfico, em cerca de duas dezenas durante sua vida profissional, foi Johnny Alf - Eu e a Bossa - 40 anos de Bossa Nova (2001).
  • ão era um produto simples, mas o resultado de muitas somas o que sentiam seus primeiros admiradores. Além dos filmes musicais, Alf apreciava jazz: o trio do então pianista Nat King Cole (1917­1965), o piano de Lennie Tristano (1927), o sax de Lee Konitz (1919) : Sons intimistas, da geração cool - que seguia elaboradas influências eruditas dentro do jazz. E a própria música erudita, desde os primeiros solfejos:
  • Não eram exatamente os sons que ele esperava ouvir, mas ainda era um pianíssimo, comparado com as entonações seguintes. Entusiasmado, Johnny se apresentou ao animador de auditório César de Alencar, que em 52 acabava de montar sua cantina - a Cantina do César, em Copacabana -, e precisava de um pianista. Tinha feito um concurso no programa de César no rádio, mas o resultado não o satisfez. Dick Farney e Nora Nei falaram ao animador sobre o colega de clube.
  • Antes disso tinha passado pela boate Drink - aberta por Djalma Ferreira -, "onde comecei a sentir que fazia meu nome" e tinha um novo conjunto: faziam parte do grupo a cantora Dora Lopes e o violonista Bola Sete, que mais tarde, como Laurindo de Almeida, iria fixar-se nos Estados Unidos. Duas músicas começavam a receber pedidos insistentes. Tinham sido compostas por volta de 53 e além de harmonias ágeis, envolventes e novas, tinham letras bastante informais para a época: "Céu e mar, estrelas na areia/ verde mar, espelho do céu/ minha vida é uma ilha bem distante/ flutuando no oceano aventura de viver/ minha vida vou passando/ meu amor eu vou amando/ e meu barco vou levando a céu e mar" (Céu e mar); "Você bem sabe eu sou rapaz de bem/ a minha onda é do vai e vem/ pois com as pessoas que eu bem tratar/ eu qualquer dia posso me arrumar (vê se mora)/ eu tenho casa, tenho comida/ não passo fome, graças a Deus..." (Rapaz de bem).
  • Além de dar nome ao jovem pianista, o grupo ampliava suas atividades, fundando um clube para promoção e intercâmbio das músicas brasileira e americana. Ou, como rezava o impresso feito mais tarde: "... destinado ao intercâmbio musical em nosso país, com reuniões semanais, shows, jam-sessions, excursões, conversações musicais e sessões cinematográficas".
  • Outro ouvinte, entusiasmado, era o capitão do Exército Victor Freire, que um dia, em casa, recebeu Johnny Alf e ficou conhecendo algumas de suas composições.
  • Mary Gonçalves, a rainha do Radio de 1952 foi "quem lançou" Johnny Alf ao incluir quatro músicas suas em seu Álbum "Convite ao Romance" - Mary Gonçalves/1952. Johnny Alf participa tocando piano.
  • Johnny Alf é o nome artístico de Alfredo José da Silva, nascido no Rio de Janeiro em 19/05/29. O nome "Johnny Alf" foi adotado por sugestão de uma amiga norte-americana, quando de sua apresentação no programa de jazz de Paulo Santos, na Rádio M.E.C.
  • Após tocar no Sinatra-Farney Fan Club, Alf, por indicação de Dick Farney, Johnny começou a tocar, em 1952, na Cantina do César, que pertencia ao radialista César de Alencar. Nesta época realizou sua primeira gravação, um álbum instrumental com as músicas: "Falsete" de sua autoria, e "De Cigarro em Cigarro", de Luiz Bonfá.
  • Johnny Alf - - Entre uma e outra passagem nas boates tive muitos altos e baixos, cheguei até a dormir na areia - o termo é esse -, desorientado. Nesses momentos, principalmente os piores, comecei a sondar mais os meus sonhos e, levado por amigos, a freqüentar sessões espíritas. A princípio, desacreditando. Mais tarde, um guia me aconselhou a ler sobre espiritismo e um outro praticamente desvendou a chave de tudo, quando me fez a primeira pergunta: "Onde está sua mãe?" Era um problema que eu trazia reprimido desde o início da carreira, e ele foi direto ao assunto, sem perguntar mais. Descobriu, entre outras coisas, que ela tinha me feito, por engano, um "batismo de esquerda", isto é tinha me levado na quimbanda, onde reinam os maus espíritos, e eu estava sob influência deles. Se não foi a minha libertação (ele disse que eu precisava ainda de muitos trabalhos para me soltar), foi o princípio, o que me deu ânimo, e uma nova fase: "Vem da Aruanda vem, e traz/ a sua proteção que eu quero paz/ e no dia que Zambi chamar, sofrimento tem fim,/ pois maldade no mundo é demais para mim" (Kaô Xangô); "Foi numa festa de santo/ quando eu cantei pra Xangô/ Calunga baixou e falou:/ Pra mim você não cantou!" (Promessa pra Calunga); "Sai da frente,/ deixa eu queimar tuia/ pra acabar demanda" (Canção da demanda).
  • Dessa ida ao Rio para regularizar a situação não seria possível voltar tão rápido. O ambiente excitante do Beco das Garrafas em Copacabana era um contágio irresistível. Trabalhou no Bottle's Bar durante algum tempo, revezando com o Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sílvia Teles. E formou um dos melhores conjuntos de sua carreira, com o baixista Tião Neto e o baterista Édison Machado. Do Bottle's, atravessando a calçada do Beco, passou ao Little Club e de lá ao elegante Top Club, do requintado Barão Von Stuckart, antigo proprietário do Vogue.
  • 2010 - Faleceu aos 80 anos no hospital estadual Mário Covas, em Santo André, Estado de São Paulo, e foi enterrado no cemitério do Morumbi.
  • Não era um retrato alegre, mas em muitos pontos era um retrato fiel. A bossa nova fluía seus barquinhos e flores, preparava-se para entrar em uma fase diferente, mais exteriorizada, e Johnny estava atrasado. Não tinha regulado seus ponteiros com os do sucesso, com alguns ex-expectadores de sua música, como Tom Jobim e João Gilberto. Só voltaria ao Rio obrigado, por volta de 62. Um pianista rival e enciumado (da noite paulistana) fez uma denúncia à Ordem dos Músicos: o desligado Johnny, pianista atuante e eficiente desde 52, ainda não tinha a carteira de profissional.
  • Johnny Alf fez ainda vários projetos especiais, como uma série de oito álbuns produzidos pela Rádio MEC. Fez a trilha sonora da novela:"Anjo Mau", da Rede Globo. Ele é, enfim, um grande nome da música popular brasileira.
  • A pedido de um amigo que iria casar-se Alf compôs uma música para fundo musical da cerimônia mas que foi vetada pelo padre. Em 1967, a cantora Márcia procurou Alf em busca de uma canção para participar do Festival de MPB da Record (1967). A composição inédita ganhou letra e nome, mas foi desclassificada pelo júri no festival. Tempos depois, "Eu e a Brisa", tornou-se um clássico da MPB.
  • Johnny participou, em 2000, do espetáculo "Da Fossa à Bossa", no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.
  • Aceitou o convite para trabalhar na boate Baiúca, na Rua Major Sertório. De lá iria para o bar Michel, e mais uma vez se apresentaria com músicos do início da bossa nova, agora de São Paulo: o violonista Paulinho Nogueira e os baixistas Sabá e Luís Chaves, que também começavam.
  • Johnny conciliava sua profissão de cabo do Exército com a de músico que toca na noite, e fez bastante sucesso na boate do hotel Plaza, em Copacabana, que tinha entre seu público nomes como João Gilberto, Tom Jobim, Carlos Lyra, e João Donato acompanhado de Dolores Duran, então sua namorada.
  • Enquanto trocava de casas noturnas, Johnny Alf contribuía para espalhar essas novas idéias musicais. No Plaza, onde se apresentava o pianista e organista Djalma Ferreira, a crooner do conjunto, Helena de Lima - que contracenava com Miltinho -, já cantava algumas de suas músicas. No Clube da Chave, Alf tinha entre ouvintes ilustres o bem sucedido Ary Barroso e, quando se tornou atração principal do Plaza, Tom Jobim vinha ouvi-lo todas as noites.
  • Chegava do quartel, da Escola de Sargentos das Armas de Realengo, às 9 horas da noite, mudava a roupa e ia para o clube. De lá saía, feliz, pelas 4 da manhã, trazido pelo ator Cyll, irmão de Dick Farney, para nova troca de roupa e de ambiente: voltava ao quartel antes do amanhecer. Começaram a surgir os primeiros comentários: - O pessoal de casa me rebatia: ­ "Olha esse negócio, você com pouca idade e já sem dormir!"
  • Em 2006, Johnny Alf lançou "Mais Um Som", com 15 músicas inéditas.
  • Na terceira música, César mandou parar: Johnny Alf estava aprovado como profissional. Mas reprovado em casa. A família que o criou - para ser "funcionário da Leopoldina" ou "professor de inglês" - imediatamente fez a tradicional exigência: "o nosso programa ou outra casa para morar". Atordoado e decepcionado com a mãe, que tomou o partido da família adotiva, Johnny escolheu, tímido, mas resoluto, a segunda alternativa.
  • No CD Dois Corações (2004), da cantora mineira Fernanda Cunha, faz uma participação especial com piano e voz.
  • Adelina era Dóris Monteiro, que também ensaiava um início de carreira. Embora pensasse na liberdade de seus sons, Alfredo José ainda não planejava propriamente uma carreira. O nome artístico, por exemplo, só apareceria mais tarde, quase por acaso.
  • O prestígio do músico acompanhava um amadurecimento espiritual do homem. Além dos novos ambientes, Johnny Alf procurava especialmente Alfredo José da Silva - o que havia de errado nele, e por que certas coisas inexplicáveis o envolviam:
  • Nos últimos tempos, guardou também algum dinheiro, que, por exemplo, o desobrigou de aderir ao conjunto de guitarras, por imposição de uma gravadora, na época da Jovem Guarda. E, mais que um sonho, uma vitória quase despercebida do período longo de difícil libertação.
  • - Fiz essa música na casa de Victor Freire. Eu não tinha piano e nos fins de semana ia para a casa dele tocar. Me concentrava neste tipo de música, porque estava com aqueles problemas de casa que me traziam fossa. Aquilo tinha me atingido bastante. Eu bebia muito, e quando a gente está numa dessas fases senta ao piano e facilmente sai alguma coisa. Vinha letra e música na hora, tudo junto. Johnny
  • Enquanto estudava no Colégio Pedro II começou a pesquisar sobre a música estadunidense, principalmente trilhas sonoras do cinema norte-americanos. Apaixonou-se pelo jazz e foi convidado a integrar um grupo artístico do Instituto Brasil-Estados Unidos. Não demorou a ter o nome Alfredo reduzido para Alf por um professor, ao qual juntou Johnny por sugestão de uma colega estadunidense.
  • No final da década de 60, Johnny excursionou pelo interior do estado de São Paulo, e deu aulas no Conservatório Meireles.
  • Na Cantina do César tocava e cantava "meio apavorado, porque nunca tinha enfrentado o público". Agora seus ouvintes eram o Maestro Radamés Gnatalli e, entre outros, um rapaz humilde, recém-chegado da Bahia, que ia lá todas as noites: João Gilberto. O repertório de sucessos - Caymmi, ou os êxitos dos cantores Lúcio Alves, Dick Farney e Gilberto Milfont - era também muito apreciado pela crooner Dolores Duran, da boate Acapulco, que ia vê-lo depois do trabalho com a cantora e compositora Dora Lopes.
  • (1962). Em menos de uma ano voltou definitivamente para São Paulo e tornou-se professor de música no Conservatório Meireles, de São Paulo e participou do III Festival da Música Popular Brasileira (1967), da TV Record de São Paulo, com a música Eu e a brisa, interpretada pela cantora Márcia, que embora desclassificada, tornou-se um clássico e o maior sucesso de sua carreira.
  • Em 1961, deflagrada a bossa nova, Johnny foi lembrado para tripular um de seus módulos. Primeiro, foi gravar seu Lp inicial, na RCA Victor. Com músicas como Ilusão à toa, uma das favoritas do autor: "Olha/ somente um dia longe dos teus olhos/ veio a saudade do amor tão perto/ e o mundo inteiro fêz-se tão tristonho..." Depois, um convite do compositor Chico Feitosa:

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Biografia

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Na primeira metade da década de 1950, Johnny Alf, pianista, compositor e cantor, fascinava com seus acordes e diferentes harmonias que registrou em discos que hoje são disputados por colecionadores. Pelo nome, há quem pense que se trata de um...

Discografia

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