Pedro Caetano era casado com Rosa Provedel Caetano, a Rosário, italiana criada no Espírito Santo, que conhecera em Minas Gerais. Em 1951, influenciado por ela, foi passear em Guarapari, famoso balneário capixada, onde, após assistir, à noite, a um show da lua nas pedras da arrebentação marinha, e ver nascer, no dia seguinte, uma linda manhã de sol, compôs a valsa Guarapari – Quer viver o sonho lindo que eu já vivi… –, que Nuno Roland Gravou e se tornou praticamente no hino daquela cidade.
Olha o Leite das Crianças – É madrugada, o morro está descansando, mas o sambista vai bolando uma ideia genial… –, música que a cantora Marlene defendeu no Concurso Oficial do Carnaval Carioca de 1969, obtendo o honroso 4º Lugar dentre mais de 3.000 músicas inscritas. A foto a seguir registra o momento da premiação.
Para o Carnaval de 1965 compôs, em parceria com Alexandre Dias Filho, a marcha "Todo mundo enche", outra sátira política.
No rastro de Guarapari, outras cidades do Espírito Santo foram homenageadas, o que valeu a Pedro Caetano, no decorrer do tempo, vários Títulos de Cidadão, placas de rua com seu nome, ainda em vida, e gravação de um LP, financiado pelo Governo do Estado, com as respectivas composições.
Para o Carnaval de 1965 compôs, em parceria com Alexandre Dias Filho, a marcha "Todo mundo enche", outra sátira política.
Em 1984, foi homenageado com o primeiro show montado de sua obra, o espetáculo É Com Esse Que Eu Vou, realizado na Sala Sidney Miller da Funarte, na série Projeto Carnavalesco, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin, que fez de seu repertório uma autêntica Revista Musical. Teatralizando as marchinhas de atualidade política e social, Albin produziu um espetáculo alegre e muito bem-humorado, que contou com as participações de Marlene e o grupo Céu da Boca, além do próprio compositor, incluindo peças carnavalescas recentes, como a marchinha Cineangiocoronariografia – Cineangiocoronariografia, o moderno exame de cardiologia –, feita em parceria com Alcyr Pires Vermelho e Manuel Baña, sátira aos problemas de que era vítima o então Presidente da República João Batista Figueiredo, já gravada por Nara Leão.
Foi numa viagem de trem, de Vitória para Belo Horizonte, que Pedro Caetano fez "É Com Esse Que Eu Vou". "A viagem era longa e o trem moroso demais", conta o autor, "então, para matar o tempo, comecei a compor um samba, sem maiores pretensões. Imaginei um bloco querendo fazer uma música animada para pular no carnaval. Quando a viagem terminou o samba estava pronto".
Em 1976, a Editora Abril lançou a série Nova História da Música Popular Brasileira, vendida nas Bancas de Revistas, com 75 volumes, cujo Número 66 focalizou o trabalho de Pedro Caetano e Claudionor Cruz:
Em 1975, aos 64 anos, gravou o seu único disco, interpretando os seus grandes sucessos.
Manteve seu lar com o dinheiro dos calçados e vestidos que vendeu por toda a vida, só aparecendo de corpo e cara para gravar um disco próprio aos 64 anos.
Dias depois, a música " botões de laranjeira" era lançada com sucesso por Ciro Monteiro no programa de César Ladeira, na Rádio Mayrink Veiga. Marcada a gravação para a semana seguinte, pois Ciro tinha pressa, surgiu um empecilho.
A censura proibia nomes próprios por extenso em letras de música, alegando que isso afetava a privacidade das pessoas. Pedro ficou desolado, pois uma das graças do sambinha era justamente o nome da garota funcionando como verso. Mas a salvação veio numa sugestão de César Ladeira: substituiu-se o "de Assunção" por "dos Anzóis", cessando o pretexto da proibição. César ainda brincou: "Se aparecer alguém com esse nome mandem prender, porque isso não é nome que se use".
1954, quando a brasileira Martha Rocha acabava de ser desclassificada no concurso de Miss Universo, porque tinha duas polegadas a mais nos quadris, ele, Carlos Renato e Alcyr Pires Vermelho compuseram a marchinha Duas Polegadas – Por duas polegadas a mais, passaram a baiana pra trás… –, que a própria Martha gravou e foi muito cantada durante o ano e no Carnaval de 1955. Do outro lado do disco, Martha gravou o baião Rio, Meu Querido – Rio, meu querido, é o meu coração que te diz… –, dos mesmos autores da marchinha.
Foi Uma Pedra Que Rolou, samba-choro, na voz de Silvio Caldas, gravado em 1954.
Em 1933, Getúlio seguia de automóvel pela Estrada Rio–Petrópolis quando, no Quilômetro 53, enorme bloco de pedra se desprendeu duma encosta de granito à beira da estrada, amassando a capota do carro, matando seu Ajudante de Ordens Coronel Celso Pestana, e ferindo, além do próprio presidente, sua mulher, Dona Darcy Vargas.
O compositor Pedro Caetano estava numa festinha, quando uma menina lhe pediu: "Será que o senhor poderia fazer uma música pra mim?". Embora não gostasse de compor por encomenda, Pedro animou-se ao saber que a garota se chamava Maria Madalena de Assunção Pereira, um nome tão musical que tinha até ritmo de choro.
E ali mesmo começou a escrever os versos iniciais da composição ("Maria Madalena de Assunção Pereira / teu beijo tem aroma de botões de laranjeira"), para a alegria da homenageada.
Em 1961, lançou no Carnaval a marchinha "Desta vez vamos", cuja letra satirizava o slogan do então candidato à presidência da República Ademar de Barros.
Em 1976, a Editora Abril lançou a série Nova História da Música Popular Brasileira, vendida nas Bancas de Revistas, com 75 volumes, cujo Número 66 focalizou o trabalho de Pedro Caetano e Claudionor Cruz:
É com esse que eu vou - Gravado pelos Quatro Ases e um Coringa em 48, este animadíssimo samba receberia 25 anos depois uma revisita de Elis Regina, num arranjo de concepção totalmente diferente do original, que incluía alterações de divisão, andamento e harmonia.
Era véspera do carnaval de 46 e Mangueira estava quieta, às escuras, sem sinal de animação. Esta cena motivou Pedro Caetano a fazer "Onde Estão os Tamborins", samba em que reclamava do marasmo que a escola atravessava na ocasião, vivendo somente de glórias passadas. E reclamava também da ausência dos sambas de Cartola, na época sumido do morro. Lançado um ano depois, pelos Quatro Ases e um Coringa, "Onde Estão os Tamborins" seria o grande samba do carnaval de 47.
Ainda em 1984, Pedro Caetano lançou um livro em comemoração a seus 50 anos de carreira, relançado em 1988 com o título 54 Anos de Música Popular Brasileira – O Que Fiz e o Que Vi, edição que me foi autografada por ele em 24.10.1991, nove meses antes de seu falecimento.
No começo da Década de 1980, Pedro Caetano recebeu, das mãos de Abelardo Barbosa, o Chacrinha, o troféu Velho Guerreiro, do qual muito ele se orgulhava:
Pedro Walde Caetano 1/2/1911 Bananal, SP 27/7/1992 Rio de Janeiro, RJ Nascido em Bananal, interior paulista, veio com a família para o Rio de Janeiro com apenas nove anos. Começou a estudar piano nessa época. Apesar de se consagrar como...