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Era

Ana Carolina

O destino me pregando outra peça eu não queria
Me cercava toda noite com sua flecha e sua guia
Era o tempo me encostando sua pele traçoeira
Eram noites tão pesadas com nuvens sorrateiras
Era a vida me cortando a carne com seu guizo
Ecoando pelos séculos os sons de alguns gemidos
Eram meus antepassados dentro dos bacanais
Era o tempo me emprestando aquilo que eu não devolveria mais
Era um homem nos meus sonhos, me comendo sem perdão
Eram duas velhas mortas se arrastando pelo chão
Eu soltava os meus cães e meu peito a soluçar
Abafava os meus gritos pois não sabia ladrar
Achei que não era eu
Que fazia minha história andar
Punha a culpa no destino
E em quem estivesse no baracumbá
E era assim

Hoje em dia não me importo com o que fiz do meu passado
Quero amigo, sorte e muita gente boa do meu lado
E não rebato se disserem por ai que eu tô errado
Porque quem se debate
Está sozinho ou afogado
Eu que não fico no meio não começo e nem acabo
Eu sou filho do amor
Não de Deus, nem do diabo
Na ciranda das canções eu me ponho a revezar
Rodando entre as ondas que me puxam em alto mar
Hoje sei bem que sou eu, que giro a minha vida circular
Essa roda eu que invento e faço tudo nela se encaixar
É eu sou asssim

Composição: Ana Carolina Rivera





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