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Num Olhar de Quem Se Vai

Luiz Marenco

O ronco simples de um mate na sombra de um paraíso
Semblante triste do aviso que ronda o ciclo que encerra
Do vento mesclado na terra num janeiro de mormaço
Resseca os tentos do laço, deixando ao campo quem berra
Resseca os tentos do laço, deixando ao campo quem berra

O pingo Mouro da encilha não ringe mais Paysandú
As botas de couro crú não garroneiam prateadas
O pensamento, na estrada, não tem caminho nem fim
E as rugas pealadas em mim são tombos na invernada
E as rugas pealadas em mim são tombos na invernada

A linda pegou a estrada pros pagos, beirando o céu
Ficando um gosto de véu que amarga junto à cambona
Um silenciar de cordeona com poeira na baixaria
E o tranco largo dos dias suando junto à carona
E o tranco largo dos dias suando junto à carona

O braço perde sua força, pois nem a cruz alevanta
Do dia em que o Sol descamba n'algum rumar balconeiro
Parece que o corpo inteiro, já castigado de andanças
Escolhe o tipo da trança pra um cabrestear estradeiro
Escolhe o tipo da trança pra um cabrestear estradeiro

É a vida que se arremata na calma que ronda as casa'
É como água nas brasas que leva a alma alo-léu
Ficando só um chapéu cobrindo a quina da porta
E uma certeza já morta bombeando um rancho do céu
E uma certeza já morta bombeando um rancho do céu

Composição: Fernando Soares,juliano Gomes





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