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O Milagre do Retrato

Sulino e Marrueiro

Meu pai morava comigo
Quando nasceu meu filhinho.
Ele ficou tão contente
Por ter aquele netinho.
Foi ele quem lhe ensinou
A dar os primeiros passinhos.
O menino foi crescendo
Com tanto amor no velhinho.
Que somente ele dormia
No colo do vovôzinho. . .

Mas quando ele fez dois anos
Meu velho pai faleceu.
O menino sentiu tanto
Que também adoeceu.
Com a tal paralisia
Certo dia amanheceu.
Não podia mais andar
Sua perna enfraqueceu.
Deitado em sua caminha
Chamava pelo avô seu. . .

Foi aí que me lembrei
Que tinha uma fotografia.
Peguei e dei pro menino
Pra ver se ele entretia.
Quando ele pegou o retrato
Já sorriu de alegria.
E apertando contra o peito
Essas palavras dizia.
Meu querido vovôzinho
Quanto tempo eu não te via. . .

Com toda sua inocência
Falava pro retratinho.
Volte pra mim outra vez
Meu querido vovôzinho.
Desde que o senhor foi embora
Eu fiquei aleijadinho.
É grande meu sofrimento
Eu não sei andar sozinho.
Volte de novo comigo
Pra guiar os meus passinhos . . .

E aquele mesmo instante
Meu filho se levantou.
Com o retrato na mão
Pelo quarto ele andou.
Daquela fotografia
Duas lágrimas brotou.
Ainda depois de morto
Meu querido pai chorou.
Mas graças a um milagre
O meu filhinho sarou. . .

Composição: -





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