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Ai De Mim

Vicente Celestino

Foi um sonho te querer com doido amor,

Foi loucura penhorar-te o coração,

Dá-me mesmo assim ferido esse penhor,

Não te peço nem te imploro gratidão.


Guardo dentro deste peito por te amar,

Uma dor que sempre e sempre cresce mais,

Nem a tua ingratidão me vem matar,

Nem a tua ingratidão me abranda os ais.


Ai de mim! Ai de mim!

Por que matar-me assim?

Por que matar-me assim?


Este amor, ó este amor, me foi fatal,

Nunca mais o meu sossego encontrarei,

Tu, travessa, sorridente e jovial,

Eu, em busca de minh’alma que te dei.


Mas não posso te dizer por que razão,

É mais doce o azedume desta dor,

Serei teu e teu será meu coração,

Não te posso, ó não, negar tão santo amor!

Composição: Sofia Cardoso dos Santos Macedo





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