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Amo-te

Vicente Celestino

Eis a resposta de tua carta que me veio maltratar,
Tens a certeza, sabes bem que és a luz do meu olhar,
Não me perdoas o retrato que era teu e que rasguei,
Crê, é mentira, foi ciúme, teu retrato conservei.
Eu sei que muito vou sofrer por enganar-te, meu amor.
Quem ama sofre e tem ciúme até mesmo de uma flor.
Que não te esqueças quem jurou ser teu, só teu de mais ninguém.
É o pedido que te faço lindo bem.

II

Amor, sempre te amei,
Não deves duvidar que a alma te dei.
Vem, vem, vê que a sofrer,
Minh'alma está por ti
Por ti querer.
És uma ingrata, quero morrer,
Sofrendo assim, p'ra que viver?
Escreva sempre, mesmo a zombar...
Não importarei, que me maltrates por te amar.

I

Em tua carta me dizias ser injusto e não te amar,
És uma ingrata, uma maldosa, vives sempre a simular...
Desde criança já na infância, prometias mas... em vão...
Que era meu que me entregavas todo inteiro o coração...
O tempo passa e envelhecendo nossas almas, lembra bem

D'aqui há anos já velhinhos partiremos para o além,
E se na terra o matrimônio que te peço, não tiver.
No céu te esposo, porque Deus assim o quer.

Composição: Antonio Vicente Felippe Celestino





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