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Biografia de Agostinho dos Santos

Agostinho dos Santos considerado o dono de uma das mais belas voz masculina da MPB surgidas nos anos 50 faleceu num acidente de avião, em 1973, aos 41 anos de idade, e acabou tendo sua memória atropelada pela música engajada que se fazia no Brasil de então, longe do romantismo e da delicadeza de seu estilo.

Com uma voz suave, muito bem colocada e de boa potência, o cantor paulista começou gravando - como todos os seus contemporâneos - um repertório eclético. Mas sua veia romântica era mesmo a mais forte e mais pertinente ao seu timbre.

A coletânea Pérolas, que a Som Livre lançou em 2000, resgata sua fase RGE (de 1958 a meados dos anos 60), na qual gravou seis preciosos LPs.

A seleção privilegia temas mais chegados ao universo bossanovístico em que o cantor pegou carona e que traçou com maestria.

Que ninguém estranhe sua aproximação com autores da bossa, pois quando Tom Jobim ainda não era muito conhecido, o cantor Agostinho já havia sido o pioneiro a dedicar um LP na Polydor às composições do maestro (dividindo-o com as do então mais famoso Fernando César, que colecionava sucessos nas vozes dos maiores cantores do rádio da época, como Doris Monteiro e Angela Maria).

Essa familiaridade com a bossa provinha também de ter sido o intérprete escolhido para defender as sofisticadas "A Felicidade" (Tom e Vinicius) e "Manhã de Carnaval" (Antonio Maria e Luiz Bonfá) - que se tornariam alguns dos maiores sucessos do cantor -, na trilha do filme Orfeu Negro.

Portanto, Tom, Vinicius de Moraes, Roberto Menescal, Bôscoli, Carlos Lyra, Newton Mendonça, Oscar Castro Neves e Baden Powell são alguns dos autores que ganham as sempre agradáveis inflexões vocais de Agostinho na compilação.

Mesmo depois de tantas regravações, Eu Sei que Vou Te Amar, Dindi, Desafinado, Chega de Saudade, Primavera, Samba de uma Nota Só, O Barquinho e Chora Tua Tristeza... ainda soam interessantes nas versões do cantor Agostinho, um dos primeiros a gravá-las.

De quebra, há três sambas-canções clássicos: Fim de Caso e A Noite do Meu Bem (Dolores Duran) e outro de seus grandes sucessos, Balada Triste (Dalton Vogeler/ Esdras da Silva), que disputou com a versão de Angela Maria em 58 a preferência dos ouvintes.

É ouvir para crer que grande cantor tínhamos e a que quase não demos importância. Uma voz para se ouvir à noite, só ou a dois, ou mesmo como pano de fundo, ao receber amigos em casa.

O compositor e cantor brasileiro Agostinho dos Santos nasceu em São Paulo, no dia 25 de abril de 1932 — e faleceu em Paris, no dia 12 de julho de 1973.

O maior sucesso de Agostinho foi cantando músicas da peça e depois do filme Orfeu Negro, como "Manhã de Carnaval" e "Felicidade".

Agostinho participou da apresentação de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova Iorque em 1962.

O cantor Agostinho faleceu, em 1973, em trágico desastre aéreo nas imediações do Aeroporto de Orly em Paris, no Vôo Varig 820.

Natural de São Paulo, Agostinho foi crooner de orquestra, trabalhou nas rádios América e Nacional. Em 1955 foi para o Rio de Janeiro cantar com Ângela Maria e Sílvia Teles na Rádio Mairynk Veiga e gravou, no ano seguinte, o LP "Uma Voz e seus Sucessos", com músicas de Tom Jobim e Dolores Duran.

Agostinho foi intérprete no filme "Orfeu do Carnaval", de Marcel Camus, com trilha sonora de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que lhe rendeu dois grandes sucessos: "Manhã de Carnaval" (L. Bonfá/ Moraes) e "A Felicidade" (Jobim/ Moraes).

Nos anos 50 e 60 Agostinho ganhou prêmios e atuou como compositor, além de cantor.

Agostinho também participou do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York (1962) com o conjunto de Oscar Castro Neves.

O cantor Agostinho teve uma rápida passagem pelo rock'n'roll nos anos 50, gravando "Até Logo, Jacaré", versão de Julio Nagib para "See You Later, Alligator", de Bill Halley & His Comets. Excursionou pela Europa e morreu num acidente aéreo em Paris.