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Silêncio da Seresta

Altemar Dutra

Vai longe o tempo,

Em que se a noite, era de prata,

Violões em serenata,

Enchiam o céu de amor,

E a morena, da janela,

Ou do balcão,

Se gostava da canção,

Sorria ao trovador,

Hoje a morena,

Vive em Copacabana,

E todo o bairro engalana,

Lá de um décimo andar,

Vai quando é noite,

A boate, ou ao cinema,

E nem se lembra, que pena,

Da existência do luar,

Antigamente, a luz tosca do lampião,

Uma trova, uma canção,

Era o quanto bastava,

Pois a morena,

Relembrando o amor primeiro,

Abraçava o travesseiro,

E docemente sonhava,

Mas hoje o som,

Do plangente violão,

Não traspassa o edredom,

Que o seu corpo acaricía,

E que fazer,

Não pode haver retrocesso,

Ante a força do progresso,

Meu violão,

Silenciar !

Composição: Adelino Moreira





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